“Temos de evitar que haja tentativas de aproveitamento partidário numa circunstância especialmente difícil, dramática, da nossa vida coletiva”, disse à agência Lusa o dirigente socialista, respondendo, assim, a Rui Rio, que pediu hoje ao primeiro-ministro, António Costa, para encerrar as escolas a partir de quinta-feira, de modo a conter a propagação do SARS-CoV-2.

“Faço-lhe um apelo público para que determine o encerramento das escolas” a partir de quinta-feira, escreve Rui Rio, em comunicado, no seguimento das notícias de que Costa “vai repensar, ainda hoje, a questão das aulas presenciais”.

O secretário-geral adjunto do PS sublinhou que, “em nenhum momento, o Governo e o primeiro-ministro deixaram de tomar as decisões que foi necessário tomar, e naturalmente que, em primeiro lugar, vai estar sempre a salvaguarda da vida das pessoas e a salvaguarda da saúde das pessoas”.

Durante a abertura do ciclo de conferências “Recuperar Portugal”, cujo primeiro debate é dedicado a “Desigualdades e Vulnerabilidade Sociais”, José Luís Carneiro disse que “é necessário evitar que uma semana tenhamos atores políticos a defenderem o alargamento e a agilização das medidas, nomeadamente em relação às atividades comerciais e às atividades económicas, e na semana seguinte estarem a exigir maior condicionamento aproveitando aquilo que é também a imprevisibilidade desta pandemia”.

Nas declarações à Lusa, o também deputado disse que “é evidente” que “perante dados novos”, nomeadamente, a incidência da estirpe detetada no Reino Unido, como já foi referido por António Costa, no parlamento, têm de ser considerados "para efeitos de decisão” sobre o encerramento ou não das escolas.

“Tudo temos feito para salvaguardar as escolas, porque sabemos bem que é nas escolas que está o fator fundamental de igualdade, mas é evidente que é necessário ajustar as decisões às circunstâncias concretas que nos são apresentadas por parte das autoridades de saúde”, prosseguiu.

Se as informações relativas à pandemia no país assim o obrigarem, José Luís Carneiro assumiu que haverá uma “organização do processo educativo noutras condições”.