O presidente do Grupo Parlamentar do PS no parlamento madeirense, Victor Freitas, lembrou que tem sido cada vez mais recorrente a inoperacionalidade do Aeroporto da Madeira devido aos ventos, situação que, considerou, "coloca graves constrangimentos à mobilidade dos madeirenses e também dos turistas e cria graves consequências económicas para a Região, que vive essencialmente da indústria turística".

Victor Freitas lembrou que, em 2017, a Ordem dos Engenheiros Técnicos realizou um debate com várias entidades sobre a importância do Aeroporto do Porto Santo em casos de inoperacionalidade do Aeroporto da Madeira, concluindo que esta infraestrutura aeroportuária tinha capacidade para "receber um maior número de passageiros; que a nível de hotelaria o Porto Santo está equipado com todas as condições para receber turistas que divirjam da Madeira e que ali tenham de pernoitar e que, em termos marítimos, o navio Lobo Marinho tinha condições para a realização de viagens extra para encaminhar os passageiros para ilha da Madeira".

"Passou mais de um ano sem que, até ao momento, o Governo Regional tenha implementado o Plano de Contingência, com graves prejuízos para os madeirenses e para os porto-santenses e para a nossa economia", disse.

Victor Freitas vincou que estes condicionalismos estão a ser cada vez mais frequentes e recorrentes, devido às alterações climáticas, que os estudos sobre os limites máximos de vento que permitam aterragens ainda não estão concluídos e que determinadas companhias não aceitam aterrar no Aeroporto da Madeira, mesmo que os limites de vento sejam alterados.

Recordou ainda que o vice-presidente do Governo Regional, Pedro Calado, anunciou que o executivo regional estava disponível para equipar o aeroporto com o sistema Lidar, que permite maior eficácia na medição do vento.

"Mas isso não passou de uma notícia na comunicação social, porque, até ao momento, esse sistema não foi implementado", observou.

"A conclusão a que chegamos é que, neste momento, não se pode adiar mais a implementação de um Plano de Contingência para o Aeroporto da Madeira, sob pena de estarmos a comprometer o destino turístico da Região e a criar graves problemas à mobilidade dos madeirenses e dos porto-santenses", rematou Victor Freitas.