O anúncio foi feito pelo secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, no final da reunião, que decorreu no Centro da Esquerda, em Lisboa, e que durou cerca de três horas e meia.

José Luís Carneiro disse que esta proposta de calendário, que partiu da Comissão Permanente do PS, recolheu cerca de 100 votos, enquanto a do dirigente socialista Daniel Adrião, que pretendia adiar estas eleições e congressos, cerca de 30.

Daniel Adrião, numa posição que foi acompanhado pelo ex-presidente da Câmara da Amadora Joaquim Raposo, alegou que a atual situação de pandemia da covid-19 desaconselhava a realização de eleições internas e defendia que deveria ser uma nova Comissão Nacional do PS, a realizar-se em setembro, a marcar as datas desses atos internos da vida dos socialistas.

Na reunião da Comissão Nacional do PS foi ainda aprovado o relatório e contas de 2019 deste partido - contas que registaram um resultado líquido final de 572 mil euros.

A dívida do PS, de acordo com o mesmo documento, reduziu-se em 9,1%, menos 1,2 milhões de euros, baixando em 465 mil euros o endividamento bancário e em 786 mil euros as dívidas a fornecedores.

Numa nota distribuída aos jornalistas, o PS diz que tenciona liquidar até ao final deste ano a totalidade da dívida a fornecedores que resultou das eleições autárquicas de 2017 "e limpar totalmente a dívida das eleições legislativas de 2019, seja a fornecedores, seja à banca".

"Estas contas decorrem de uma gestão muito rigorosa e muito comprometida com os objetivos da transparência. Mesmo antes do prazo, já foram endereçadas à Entidade das Contas dos Partidos", indicou José Luís Carneiro.

Perante os jornalistas, o secretário-geral adjunto do PS afirmou que a reunião da Comissão Nacional do seu partido foi marcada pelo debate "em torno dos desafios que se colocam ao país" na sequência da crise sanitária.

"Conhecemos em profundidade a estratégia que está pensada no plano político para fazer face às dificuldades", declarou.

Sobre a vida interna do PS, José Luís Carneiro referiu que a Comissão Nacional do PS ratificou a suspensão dos atos eleitorais federativos que coincidiram com o pico da covid-19 em Portugal.

Quanto ao calendário interno do PS, o "número dois" da direção socialista adiantou que resultou a conclusão segundo a qual, desde que isso seja aceite nas diferentes estruturas distritais, poder-se-á recorrer, a par da votação presencial, ao modelo da votação digital, tal como ocorreu nesta Comissão Nacional".