Carlos César falava aos jornalistas à saída da audiência com o Presidente da República, no Palácio de Belém, Lisboa, a poucos quilómetros do local do 37.º Congresso Nacional do PSD, que começa hoje e se estende até domingo, que vai consagrar Rui Rio como sucessor do ex-primeiro-ministro, Passos Coelho, à frente do partido.
“Não andamos à procura de aliados, mas ficamos sempre felizes por ter mais interlocutores. Se o PSD que resultar deste fim de semana for um PSD mais construtivo, disponível para o diálogo e capaz de consensualizar temas de interesse nacional que não conflituem com a sua identidade, ainda melhor. Se for o mesmo PSD errático, alérgico à construção em conjunto de matérias para as quais poderia concorrer, continuaremos este caminho, que tem dado excelentes resultados”, disse.
O presidente da bancada do PS vincou que o seu partido confia “muito na estabilidade política e no diálogo com os parceiros que apoiam o Governo (BE, PCP e PEV)”.
“É com eles que trabalharemos para a aprovação do Orçamento do Estado para o próximo ano, quer o PSD e o CDS votem a favor, se abstenham ou votem contra”, afirmou, adiantando “ponderação” sobre a revisão da legislação laboral exigida por bloquistas, comunistas e ecologistas, ao sublinhar a “linha vermelha” do “cumprimento do programa de Governo” e da “estabilidade social e económica”, embora sempre em diálogo.
“Essas questões não constituem um perigo para a estabilidade política ou a aprovação do próximo Orçamento [do Estado]”, sustentou.
Marcelo Rebelo de Sousa convocou todos os partidos com assento parlamentar para os ouvir “sobre o que é importante para Portugal no imediato e a prazo”, nomeadamente o “quadro financeiro plurianual, investimentos públicos a prazo, o chamado ‘pós-2020′”, tendo em conta as “prioridades no horizonte de 2030″.
“Temos uma situação de ainda alguma dificuldade na recuperação dos sistemas e serviços públicos (saúde, educação, proteção civil, defesa, justiça) aos quais foram retirados milhares de milhões de euros nos últimos anos, durante a governação de PSD/CDS”, reconheceu Carlos César.
Contudo, o presidente do PS reforçou a satisfação “porque, estando a economia a crescer desta forma, havendo confiança tão grande dos empresários portugueses e investidores estrangeiros, uma diminuição tão significativa do desemprego e criação de tantas dezenas de milhar de novos empregos, foi possível compatibilizá-los com o esforço de reabilitação dos serviços públicos e também o equilíbrio das contas públicas”.
Além do presidente socialista, a comitiva do PS foi constituída pela secretária-geral-adjunta, Ana Catarina Mendes, e a deputada e também dirigente nacional Maria Antónia Almeida Santos.
Os encontros do Presidente da República com as diversas forças políticas continuam na segunda-feira, já com a nova direção do PSD.
Comentários