A reunião tem início marcado para as 21:00, no Centro de Arte de Ovar (distrito de Aveiro), e tem na ordem de trabalhos a “aprovação da proposta da Comissão Política Nacional sobre antecipação da eleição direta do Presidente da Comissão Política Nacional e consequente marcação do Congresso Nacional do PSD” e a aprovação do Regulamento da eleição do Presidente da Comissão Política Nacional e do 40.º Congresso Nacional.
A proposta da CPN prevê ainda que uma eventual segunda volta (em caso de haver mais do que dois candidatos e nenhum obter mais de 50% dos votos) se realize em 04 de junho e que o 40.º Congresso do PSD decorra no Coliseu do Porto.
Caso este calendário seja aprovado hoje sem alterações, cumpre-se o desejo manifestado pelo presidente Rui Rio – que anunciou no início de fevereiro que deixaria a liderança do PSD depois da derrota nas legislativas – de que a sua sucessão decorresse até ao final de junho/início de julho, com “tranquilidade e serenidade”.
Rui Rio é presidente do PSD desde janeiro de 2018 e o seu mandato só terminaria em dezembro de 2023.
Num documento enviado aos conselheiros nacionais no fim de semana, juntamente com o cronograma e regulamentos, a CPN refere, sem nunca utilizar a palavra demissão, que apenas o presidente em exercício, por ser eleito em diretas, pode expressar a vontade (como foi o caso) de uma “interrupção” do seu mandato, embora uma moção de censura do Conselho Nacional implicasse a queda da direção e a convocação de um Congresso antecipado.
Segundo a proposta de calendário da CPN, as candidaturas a presidente do PSD podem ser apresentadas até 16 de maio (com o prazo limite de pagamento de quotas a terminar em 29 de abril).
No entanto, é de prever que já a partir desta semana os interessados em disputar a liderança do PSD comecem a manifestá-lo publicamente.
O antigo líder parlamentar Luís Montenegro é o único nome praticamente certo na corrida à presidência do PSD – que já disputou e perdeu em janeiro de 2020 para Rio -, enquanto o atual presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, afirmou estar em ponderação sobre uma possível candidatura, tendo remetido uma decisão para depois de definido o calendário eleitoral.
Paulo Rangel, Miguel Pinto Luz, Miguel Poiares Maduro ou Jorge Moreira da Silva são outros possíveis candidatos que ainda não admitiram ou afastaram publicamente essa hipótese, e até o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, continua a ser um nome desejado por alguns dirigentes, embora já tenha sinalizado que a sua prioridade é a autarquia da capital.
Na semana passada, o líder da distrital de Coimbra do PSD, Paulo Leitão, requereu ao presidente do Conselho Nacional, Paulo Mota Pinto, a introdução de um novo ponto na agenda da reunião de Ovar (ainda sem resposta): “análise e discussão das linhas estratégicas a adotar até ao próximo Congresso Nacional do PSD”.
O objetivo, justificou, seria que o órgão máximo do partido entre Congressos tivesse uma palavra a dizer em matérias como as personalidades a indicar pelo PSD para o Conselho de Estado ou para a direção da bancada parlamentar, considerando “descabido” que Rui Rio possa indicar-se novamente para o órgão de consulta do Presidente da República.
A confirmar-se a instalação dos novos deputados em 28 de março, a eleição da nova direção da bancada parlamentar do PSD e a indicação dos nomes do partido para o Conselho de Estado, órgão político de consulta do Presidente da República, decorrerão entre o final deste mês e meados de abril, muito antes das diretas que escolherão o próximo presidente do PSD.
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