Apesar de não querer “pactuar e alinhar com julgamentos na praça pública”, o comunicado enviado à Lusa pela concelhia social-democrata lembra que o novo presidente da câmara, Alberto Costa, foi constituído arguido em dezembro do ano passado, no âmbito da Operação Dennis, a que se somou a detenção, já este mês, do também socialista, Joaquim Couto, na Operação Teia, o que o levou a renunciar ao cargo, sendo o seu advogado, Nuno Brandão.
O PSD de Santo Tirso questiona a razão pela qual Alberto Costa “não seguiu o exemplo” de Joaquim Couto, sendo que a sua legitimidade enquanto sucessor no cargo “pode ser questionada politicamente”.
“Os eleitores elegeram e confiaram em Joaquim Couto como presidente e não em Alberto Costa”, pode ler-se no comunicado, a que acresce ambos serem “suspeitos da prática de crimes extremamente graves” que não poderão “passar pelos pingos da chuva da habitual vitimização e argumentação de alegada perseguição política, que não é”.
A estrutura social-democrata, liderada por José Pedro Miranda, pediu “com caráter de urgência” uma Conferência de Líderes dos Partidos, a ser marcada pelo presidente da Assembleia Municipal, Rui Ribeiro, para “análise da situação política”.
Também os vereadores do PSD, eleitos em coligação com o CDS-PP, Andreia Neto, José Pimenta Carvalho e Carlos Valente, solicitaram “uma reunião de câmara com caráter de urgência”.
O comunicado termina pedindo ao PS de Santo Tirso que “retire todas as ilações e consequências políticas do sucedido”, com a oposição a manter-se “atenta” ao desenvolvimento dos processos em curso.
O ex-presidente da Câmara de Santo Tirso, Joaquim Couto, vai esperar julgamento em liberdade com uma caução de 40 mil euros, enquanto a empresária Manuela Couto e o autarca de Barcelos Miguel Costa Gomes ficam em prisão domiciliária.
A operação "Teia" centra-se nas autarquias de Santo Tirso e Barcelos bem como no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto e nas empresas de Manuela Couto, e investiga suspeitas de corrupção, tráfico de influência e participação económica em negócio, traduzidas na "viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto", segundo comunicado da Diretoria do Norte da Polícia Judiciária, o órgão de polícia criminal que apoia o Ministério Público neste caso.
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