Por isso mesmo, deputados do grupo parlamentar do PSD entregaram um requerimento na comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas a solicitar informações sobre o inquérito que foi ordenado pelo secretário de Estado da Administração Interna a 12 de junho, um dia depois de um autocarro que transportava 20 passageiros ter ardido no túnel, que se inclui na Autoestrada 4 (A4), entre Amarante e Vila Real.
“A ligeireza com que este assunto tem sido tratado é preocupante”, afirmou hoje à agência Lusa Luís Leite Ramos, deputado do PSD eleito por Vila Real.
No documento, os parlamentares dizem estranhar que “seis meses depois do anúncio de abertura deste inquérito, tempo mais do que suficiente e razoável para a sua realização, o país e o Parlamento continuam sem ter qualquer informação sobre as conclusões e as recomendações produzidas no seu âmbito e as eventuais medidas adotadas para colmatar falhas e suprir insuficiências encontradas”.
Luís Leite Ramos lembrou a audição ao secretário de Estado das Infraestruturas na Comissão Parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas (CEIOP), na quarta-feira, durante a qual o governante “revelou não ter tido acesso aos resultados do inquérito e nem sequer saber a data prevista para a sua conclusão”.
“O secretário de Estado vem ao Parlamento dizer que está tudo bem, mas está a dizer isto com base nas informações da própria Infraestruturas de Portugal (IP). Quanto à capacidade de resposta ao incidente, aos meios disponíveis, a forma como todo o processo decorreu e que foi objeto de críticas por toda a gente, nós não sabemos de nada”, referiu.
Para o deputado, “isto é preocupante porque o inquérito deveria responder às dúvidas e às queixas que foram feitas e devia servir para tomar medidas que evitassem problemas de maior”.
No requerimento, os deputados do grupo parlamentar do PSD solicitaram acesso às “conclusões e recomendações do inquérito aberto pelo secretário de Estado da Administração Interna no passado mês de junho”.
E, no caso de este ainda não se encontrar concluído, o PSD quer que seja “facultada a data exata em que estas conclusões e recomendações do inquérito lhes serão disponibilizadas” e que sejam “fornecidas as informações até agora disponíveis, bem como as medidas já aplicadas para evitar situações de perigo iminente”.
Dois meses depois do incêndio no autocarro, ardeu também um carro ligeiro dentro do túnel. Nos dois casos não se registaram vítimas, contudo, a infraestrutura ficou fechada ao trânsito por diferentes períodos de tempo.
O Túnel do Marão, que liga Amarante, no distrito do Porto, a Vila Real, abriu em maio de 2016 e tem duas galerias gémeas, cada uma com duas faixas de rodagem e com um comprimento de 5.665 metros.
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