Numa pergunta hoje entregue na Assembleia da República, o PSD questiona as razões de, segundo notícias recentes, das 1.255 pessoas que foram acolhidas em Portugal, 474 terão abandonado as instituições, o que representa cerca de 40% do total.

Segundo Teresa Morais, essas pessoas terão usado Portugal como "uma espécie de passadeira para outros países da Europa" mais atrativos.

"O Governo nunca deu uma resposta clara, nem uma interpretação aceitável para este fenómeno", acusou.

Para o PSD, esta movimentação demonstra que "a integração de refugiados em Portugal tem falhas e essas falhas estão a ficar à vista".

No caso das crianças, a deputada Teresa Morais admitiu que "há alguns exemplos bem sucedidos de integração no sistema educativo", mas alertou para outra situação preocupante.

"É muito preocupante que de centros de acolhimento de refugiados desapareçam dezenas de crianças, a quem as autoridades portuguesas perderam literalmente o rasto, a quem as autoridades portuguesas não sabem o que lhes poderá ter acontecido", afirmou.

Segundo a vice-presidente do PSD, estas crianças "podem estar a ser objeto de exploração sexual, podem ter sido envolvidas em redes de tráficos de menores" e acusou o Governo não ter dado explicações suficientes sobre estes fenómenos.

"Mesmo quando se trata de adolescentes de 15 ou 16 anos estamos a falar de crianças e muitas vezes crianças não acompanhadas, essas crianças são particularmente vulneráveis", afirmou, sublinhando que "as crianças refugiadas têm de estar tão ou mais protegidas como as crianças portuguesas".

Na pergunta hoje entregue no parlamento, o PSD quer conhecer as explicações do Governo para esta movimentação de saída, quantas as pessoas integradas em programas de formação profissional, quantas já tiveram acesso ao mercado de trabalho e quantas estão a aprender a língua portuguesa.

Por outro lado, os sociais-democratas querem saber que tipo de avaliação tem o Governo feito sobre o acolhimento praticado, as taxas de sucesso e como pretende melhorar.

"Em nosso entender, uma das falhas está na forma como as pessoas são colocadas. Muitos que vêm de meios urbanos têm sido colocados em meios rurais com os quais não se identificam, outros não tem tido acesso à aprendizagem de língua portuguesa ou formação profissional", criticou Teresa Morais.

O PSD, disse, já questionou em audições parlamentares os ministros Adjunto e da Administração Interna e admite tomar iniciativas legislativas caso não receba respostas claras ou em tempo útil às perguntas hoje

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