Esta é a primeira vez que o caso judicial que envolve o antigo primeiro-ministro do PS entra de forma direta num debate quinzenal no parlamento.

“Porque razão o PS demorou mais de três anos a demarcar-se de José Sócrates e do seu comportamento?”, questionou o líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, inquirindo se o PS “teve medo de ser contaminado eleitoralmente” com este tema.

Na resposta, António Costa acusou Negrão de “deslealdade parlamentar”, uma vez que este é um debate com o primeiro-ministro e não com o secretário-geral do PS, dizendo que responderia na qualidade de cidadão.

“Relativamente ao caso do engenheiro José Sócrates, desde a primeira hora que disse que, não obstante, as relações de amizade, camaradagem, entendi que o PS se devia manter apartado desse debate e devia confiar no sistema de justiça”, afirmou, assegurando que não mudou “em nada” a sua posição sobre a matéria de invocação do princípio da separação de poderes.

António Costa salientou ainda que, “desde o início”, considerou que, se se vierem a comprovar os factos de que é acusado José Sócrates, “é uma desonra para a democracia”.

“Se não se vierem a comprovar é a prova que o sistema de justiça funciona”, disse.

[Notícia atualizada às 18:54. Corrige no título e ao longo do texto a expressão "deslealdade institucional" por "deslealdade parlamentar" ]