Na apresentação da sua candidatura em Aveiro, Rui Rio explicou a recusa em disputar a presidência do partido em 2008 e em 2010 por se encontrar, na altura, a cumprir o mandato à frente da Câmara do Porto e com o facto de, então, o PSD viver "momentos de relativa normalidade".
"Hoje a situação é diferente. Hoje, temos de o dizer com frontalidade, o PSD está numa situação particularmente difícil. Uma situação que se não for, desde já, combatida, pode conduzir o partido para um patamar de menor relevância no quadro político nacional", alertou, lembrando que tal já aconteceu em outros países europeus.
Por outro lado, salientou, também não está preso "a qualquer compromisso" e pôde "decidir livremente".
"E, se no tempo próprio, estava com os dois pés no Porto, hoje estou disponível, neste tempo próprio, para estar com os dois pés no PSD e no país", disse, anunciando a sua candidatura às eleições diretas de 13 de janeiro.
No seu discurso, de sete páginas e lido em menos de 20 minutos, Rio considerou que o PSD vive "um dos momentos mais difíceis da sua história" e deixou uma palavra de agradecimento ao atual líder, Pedro Passos Coelho, que anunciou na semana passada que não se recandidata ao cargo.
"A gratidão é dos valores éticos mais relevantes da nossa convivência social (…). Comigo a presidente, o PSD não se esquecerá de Pedro Passos Coelho, nem de todos os demais que de forma correta, leal e altruísta, serviram o partido ao longo dos tempos", garantiu.
O antigo vice-presidente do partido salientou ainda que, se vier a liderar o PSD, não haverá "ruturas geracionais".
"Todos somos importantes. Os mais velhos pela sua experiência, pelo seu saber e pelo respeito e gratidão que nos merecem. Os mais jovens, pela dinâmica, pela ambição e pela criatividade que nos trazem", afirmou, dizendo não querer um país "de novos contra velhos", "do interior contra o litoral" ou "dos do norte contra os do sul".
"Somos todos portugueses e temos todos o direito à igualdade de oportunidades, à solidariedade social, à tolerância e, acima de tudo, à liberdade. São estes os valores da social-democracia", defendeu.
No início da apresentação, Rui Rio justificou a sua recusa em disputar anteriormente a liderança do partido com o cumprimento do mandato à frente da Câmara do Porto.
"Na política, como na vida, palavra dada deve ser palavra honrada (…). Se há coisa de que, hoje, a política precisa em Portugal é justamente de um banho de ética. Não pode valer tudo", defendeu.
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