"É uma questão de isto se fazer com calma, com maturidade, com sentido de responsabilidade, ou fazer como alguns, internamente, parece que querem, que é ao pontapé e de qualquer maneira. Pode-se fazer ao pontapé e de qualquer maneira, mas o PSD tem um futuro, não morre já aqui e devia preparar esse futuro", afirmou Rui Rio aos jornalistas.

O presidente do PSD está em Paris para encontros com a comunidade portuguesa no âmbito da repetição das eleições no círculo eleitoral da Europa. À saída do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, igreja consagrada aos portugueses na capital francesa, Rui Rio voltou a reiterar a sua intenção de abandonar a liderança do partido.

"Se eu disse não uma vez, é não. Se eu disse na noite das eleições que não via utilidade em continuar à frente do partido, uma vez que não me é apontado nenhum objetivo concreto que me dê essa utilidade, o que eu disse está dito", sublinhou.

No entanto, face a movimentações internas com vista a apressar este movimento como, por exemplo, a assembleia distrital de Setúbal do PSD a pedir a "demissão imediata", o líder social-democrata lembrou que não se organizam eleições internas em 15 dias.

"Não se consegue fazer eleições diretas e congresso, alguns pensam que se pode fazer em 15 dias, mas é impossível. Demora muito tempo. Discussão do programa do Governo, é impossível, discussão do Orçamento do Estado, é impossível. As pessoas não estão a ver bem o que estão a fazer", argumentou.

Para o presidente social-democrata, o que faz sentido é realizar as eleições até ao fim da sessão legislativa, que segundo Rio termina politicamente em julho, embora legalmente só acabe em setembro de 2023.

"Faz todo o sentido que as eleições internas sejam resolvidas até ao fim da presente sessão legislativa, que ainda nem começou e que vai ser muito curta. Elas costumam ser de setembro a setembro, neste caso vai começar em março e politicamente acaba em julho. É evidente que nós até ao fim da sessão legislativa devíamos resolver o problema", declarou Rui Rio.

A primeira sessão legislativa da XV Legislatura deverá começar em março, com a instalação do parlamento, e prolongar-se até setembro de 2023.

Quando o parlamento é dissolvido, segundo a lei, acrescenta-se à primeira sessão legislativa, que em condições normais dura um ano, o período que faltava para concluir a sessão legislativa interrompida.

Os eleitores do círculo da Europa vão ser chamados a votar novamente para as legislativas, após o Tribunal Constitucional declarar a nulidade das eleições legislativas nestas assembleias, na sequência da anulação de 80% de votos.

Mais de 157 mil votos dos eleitores do círculo da Europa foram anulados após, durante a contagem, terem sido misturados votos válidos com votos inválidos, não acompanhados de cópia do documento de identificação, como exige a lei.

A Comissão Nacional de Eleições deliberou que a repetição da votação presencial no círculo da Europa terá lugar dias 12 e 13 de março e os votos por via postal serão considerados se recebidos até 23.

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