“Penso que o PPD/PSD tem de se preparar tão denodadamente quanto possível para concretizar a sua alternativa coerente a esta governação incoerente, quer na solução política, quer nas medidas, reações e opções que vai anunciando”, afirmou Pedro Santana Lopes, à margem de uma sessão com militantes em Loulé, no distrito de Faro (Algarve).
No seu entender, o Governo liderado por António Costa “está sem rumo e desorientado”.
“São dois anos de um Governo que foi uma surpresa, com uma solução política completamente inesperada e que procurou governar com o ‘plano B’, ou seja, com um programa mais perto das medidas que contestou na campanha eleitoral do que se pensava”, referiu.
Na opinião do candidato, desde há uns meses “é visível a perda de rumo do Governo, existindo neste momento uma desorientação muito significativa, nomeadamente nas opções de fundo e estratégicas, de gestão das finanças públicas e na resposta às reivindicações das estruturas sindicais.”
“O destapar da caixa de Pandora levou que as pessoas pensassem que podiam agora ser compensadas, estando a situação melhor, a crise ultrapassada, como o Governo procurou dizer”, frisou.
Porém, acrescentou, nos últimos dias assistiu-se a uma inflexão do discurso do Governo, com o primeiro-ministro a dizer que não há dinheiro, utilizando frases que poderiam ser retiradas de citações do ainda líder do PPD/PSD, Pedro Passos Coelho.
Para o candidato, a diferença de discurso do Governo da coligação de esquerda “não promete nada de bom para a segunda metade da legislatura e cada vez parece mais difícil que se chegue ao fim desta legislatura”.
“O PCP não volta a ser o que era no seio da coligação, por outro lado, penso que, tendo acabado o estado de graça e tendo-se modificado a relação entre Governo e Presidente da República, estamos perante uma alteração substancial do quadro político”, concluiu Santana Lopes.
Durante a sua intervenção nas instalações do PSD/Loulé, Santana Lopes pediu aos militantes “disciplina partidária, disciplina e o cumprimento de regras, numa altura de grande responsabilidade do partido”.
“Não aceito que, quando estamos em tempo de grandes responsabilidades, andem elementos do PPD/PSD ao lado de adversários políticos a desancarem no partido”, concluiu.
O antigo primeiro-ministro disputa as eleições diretas de 13 de janeiro com o ex-presidente da Câmara do Porto Rui Rio.
Após a eleição do novo líder social-democrata por voto direto dos militantes, realiza-se o Congresso Nacional do PSD, marcado para 16, 17 e 18 de fevereiro.
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