A decisão, divulgada em comunicado, surge depois de recomendações que tinham sido feitas pela concelhia ao vereador do PSD no sentido de renunciar aos pelouros que lhe foram atribuídos na Câmara de Portalegre, liderada por um movimento independente.

Os social-democratas entendem que, após o vereador da CDU, Luís Pargana, ter renunciado aos pelouros que estavam sob a sua gestão, "não se encontram reunidos os pressupostos básicos considerados na génese do acordo" tripartido para a "estabilidade governativa" na Câmara e na Assembleia Municipal.

Na sequência das autárquicas de 2017, em que o movimento independente perdeu a maioria absoluta com que governava no anterior mandato, o executivo municipal ficou composto por três eleitos da Candidatura Livre e Independente por Portalegre (CLIP), dois do PS, um da CDU e um do PSD.

Para garantir uma gestão maioritária, a CLIP celebrou acordos com os vereadores do PSD e da CDU, a quem atribuiu pelouros.

No comunicado, a concelhia de Portalegre do PSD explica que recomendou por "duas vezes" ao vereador Armando Varela, atual líder da distrital e antigo presidente da Câmara de Sousel, que renunciasse aos pelouros, mas que, “apesar de todos os esforços e disponibilidade para dialogar” com o autarca, tal não foi acatado.

“Entre silêncios e explicações para validar a continuidade de uma situação que não foi sufragada, entre distanciamento consciente ou inconscientemente provocado face ao trabalho da concelhia, entendeu esta concelhia que chegou o momento de decidir de forma determinada pelo afastamento de conveniências e estratégias ou interesses pessoais, que nos possam deixar reféns na nossa ação política”, lê-se no documento.

Segundo a concelhia do PSD, os princípios de lealdade, solidariedade e respeito “foram largamente ultrapassados e ultrajados” com uma sequência de “episódios bizarros”, protagonizados “por quem não faz” da sua experiência política uma “mui nobre e digna ação” ao serviço da comunidade.

“De forma inequívoca, não nos revemos nesta proximidade à CLIP de que o vereador não quer abdicar. Revemo-nos nas palavras do presidente da Comissão Política Nacional do PSD, Rui Rio, quando assume indubitavelmente que o PSD não é muleta do poder, o PSD é um partido do poder”, lê-se no comunicado.

A concelhia social-democrata diz ter decidido, por unanimidade, retirar a confiança política ao vereador Armando Varela, “demarcando-se formal e institucionalmente” das respetivas posições políticas e decisões executivas que possa vir a tomar.

Responsável pelos pelouros da Saúde, Turismo e Energia na Câmara de Portalegre, Armando Varela já admitiu a possibilidade de concorrer a um terceiro e último mandato à frente da distrital social-democrata, estando as eleições agendadas para janeiro de 2019.