“Em primeiro lugar devo dizer que ninguém pode ser considerado culpado antes de tudo apurado e investigado e o PSD de Santo Tirso defende a o princípio da presunção de inocência. Mas se houve este desfecho, as autoridades policiais terão indícios de alguma coisa. Não atuam sem consciência. É de extrema importância que se esclareça tudo ao detalhe”, disse José Pedro Miranda.

O presidente da Câmara de Santo Tirso, distrito do Porto, foi hoje detido pela Polícia Judiciária (PJ) no âmbito da Operação Teia, que envolveu 50 agentes da Judiciária e seis magistrados.

De acordo com fonte policial o autarca está nos calabouços da PJ/Porto e vai ser presente às autoridades esta quinta-feira.

No âmbito da mesma operação foram também detidos o presidente da Câmara de Barcelos, Miguel Costa Gomes, bem como o presidente do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, Laranja Pontes, e a empresária Manuela Couto (mulher do autarca de Santo Tirso).

Questionado sobre se considera que com a detenção do atual presidente da Câmara, o socialista Joaquim Couto, esta autarquia tem condições de gestão, o presidente da concelhia social-democrata local vincou que “primeiro, o processo deve correr os trâmites normais”, mas frisou “muita preocupação”.

“Se houver, efetivamente responsabilidade, naturalmente a Câmara Municipal fica sem condições de gestão. Os dinheiros públicos exigem muito rigor. Acompanhamos a situação e estamos extremamente preocupados”, disse José Pedro Miranda.

Já a vereadora do PSD de Santo Tirso, Andreia Neto, considerou “prematuro” fazer comentários sobre o caso.

“Temos de aguardar pelo desenvolvimento do processo”, disse a vereadora social-democrata que era candidata da oposição ao PS nas autárquicas de 2017.

A Operação Teia, cuja “investigação policial mais profunda começou há um ano e meio”, conforme referiu à Lusa fonte policial, decorreu hoje com 10 buscas, domiciliárias e não domiciliárias, e culminou com a detenção de quatro pessoas com idades compreendidas entre os 48 e os 68 anos.

Em causa suspeita de “prática reiterada de viciação de procedimentos de contratação pública, com vista a favorecer pessoas singulares e coletivas, proporcionando vantagens patrimoniais”, lê-se no comunicado de imprensa enviado à comunicação social.