“Estas negociações decorrerão com a mediação da liderança do contingente russo de manutenção da paz”, disse Putin numa conversa telefónica com o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan, segundo um comunicado do Kremlin.

O anúncio de Moscovo acontece após um ataque com armas ligeiras contra um veículo em que seguiam soldados russos da força de manutenção da paz em Nagorno-Karabakh ter feito hoje um número indeterminado de mortos.

“Um veículo com militares russos foi alvo de fogo de armas ligeiras quando regressava de um posto de observação do contingente de manutenção da paz em Cayataq [cerca de 35 quilómetros a norte da capital de Nagorno-Karabakh, Jankendi]. Em consequência do ataque, todos os soldados foram mortos”, declarou, num comunicado, o Ministério da Defesa russo na rede social Telegram, sem quantificar.

O Ministério russo também não especificou a hora do incidente, pelo que não se sabe se ocorreu antes ou depois do cessar-fogo declarado entre as partes no Nagorno-Karabakh, mas adiantou que investigadores russos e azeris estão no local para apurar as causas do ataque.

Anteriormente, Vladimir Putin, disse esperar uma “solução pacífica” do conflito em Nagorno-Karabakh, em declarações divulgadas pouco depois do anúncio de um cessar-fogo por azeris e arménios.

“Estamos em contacto muito próximo com as partes em conflito (…) Espero que possamos conseguir um desanuviamento e uma solução pacífica do problema”, disse hoje Putin, em declarações divulgadas após uma reunião com o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi.

Os separatistas arménios de Nagorno-Karabakh anunciaram hoje que aceitaram depor as armas e negociar a reintegração da parte do território que controlavam no Azerbaijão.

A decisão ocorreu um dia depois de o Azerbaijão ter lançado uma operação militar no enclave de população maioritariamente arménia, que os separatistas disserem ter causado pelo menos 32 mortos e mais de 200 feridos.

Os separatistas arménios declararam a independência da República Nagorno-Karabakh do Azerbaijão na sequência da desintegração da União Soviética, em 1991.

A declaração da independência desencadeou um conflito armado de que saíram vencedores os separatistas apoiados pela Arménia.

Trinta anos mais tarde, no outono de 2020, as forças armadas do Azerbaijão reconquistaram dois terços do território, situado no sul do Cáucaso.

No âmbito do acordo que pôs fim ao conflito em 2020, a Rússia, aliada tradicional da Arménia, mantém uma força de manutenção de paz em Nagorno-Karabakh.