Segundo o Kremlin, Putin manifestou uma “inquietação extrema face à escalada das hostilidades em larga escala, acompanhada por um aumento catastrófico do número de vítimas civis e um agravamento da crise humanitária na Faixa de Gaza”, no decurso de um contacto telefónico com os homólogos iraniano, egípcio, sírio e com o presidente da Autoridade palestiniana.
O Kremlin pediu ainda um “imediato” cessar-fogo entre israelitas e palestinianos e o reinício do processo de diálogo político no Médio Oriente, e admitiu um contacto de Putin com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
De acordo com um comunicado da presidência egípcia, o Presidente Abdel Fattah al-Sisi abordou hoje com Putin a necessidade de proporcionar ajuda humanitária urgente e segura a Gaza, face à deterioração da situação humanitária devido aos bombardeamentos israelitas como represália pelos ataques do Hamas em 07 de outubro.
No contacto telefónico, os dois dirigentes sublinharam a “gravidade da situação humanitária na Faixa de Gaza e a necessidade de proporcionar uma passagem segura e ajuda humanitária de socorro de forma urgente”, indica o comunicado da presidência.
As duas partes referiram a importância de “seguir a via da desescalada” para “recuperar a estabilidade e a segurança” e ainda “priorizar a proteção dos civis e proibir que sejam expostos a ataques”.
Registou-se ainda a necessidade de “trabalhar seriamente para abordar a origem da crise”, em particular a “ausência de um horizonte político para resolver a causa palestiniana de forma justa e permanente, e ainda o estabelecimento do Estado palestiniano segundo a legitimidade internacional acordada”.
O Egito aguarda a autorização de Israel para abrir a passagem fronteiriça de Rafah, que liga o norte da península egípcia do Sinai com a Faixa de Gaza, para o envio de ajuda humanitária urgente e permitir a entrada de estrangeiros, mas que tem sido bombardeada pela aviação israelita.
O grupo islamita Hamas lançou no sábado passado um ataque surpresa contra Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel está “em guerra” com o Hamas.
Em Gaza, os mortos devido aos bombardeamentos já ultrapassam os 2.750, o número mais elevado da história do enclave, que já regista mais vítimas mortais face ao conflito de 2014 que se prolongou por 55 dias, e mais de 9.700 feridos.
Em Israel, e na sequência do ataque do Hamas em 07 de outubro, foram mortas 1.400 pessoas, na maioria civis, o pior registo da história do país.
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