A fonte da Polícia Judiciária (PJ) adiantou que entre os detidos estão dois empreiteiros, um arquiteto e um empresário ligado a uma obra particular, além dos oito fiscais.

“As buscas decorreram nas instalações da Polícia Municipal de Loures, que estão inseridas na Câmara Municipal. Os oito detidos pertencem à divisão operacional — área de fiscalização [da Polícia Municipal]”, explicou.

A mesma fonte disse que os oito fiscais daquele departamento são “fortemente suspeitos de aceitarem contrapartidas monetárias para o não exercício das funções profissionais que lhes estavam atribuídas”.

Em causa estão situações relacionadas com vistorias e licenciamento de obras de construção civil no concelho de Loures, no distrito de Lisboa, em troca de contrapartidas financeiras.

“A investigação começou em maio de 2020, mas foram identificadas dezenas de situações. Há processos mais antigos, referentes a 2017, que dizem respeito à atuação dos fiscais”, referiu a mesma fonte.

Durante a operação “Embargo final”, realizada através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção e no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público (Departamento de Investigação e Ação Penal de Loures), foram realizadas 18 buscas domiciliárias e 32 buscas não domiciliárias.

“Foram feitas buscas nas instalações da Polícia Municipal de Loures – não nas instalações do município -, residências dos detidos e algumas pessoas, locais de trabalho dos detidos, empresas e viaturas. Foram apreendidas quantias em dinheiro que tinham na sua posse, dentro de envelopes, com valores variáveis”, disse.

Os detidos têm entre 44 e 64 anos e nas buscas participaram 84 efetivos da polícia.

Os 12 detidos serão presentes na quinta-feira a tribunal.