O que aconteceu?
Mais uma manifestação de professores este fim de semana, que terá juntado mais 80 mil professores de acordo com a Fenprof, que garante que "a luta vai continuar".
Os dois protestos arrancaram hoje do Rossio, em Lisboa, e da Praça do Marquês, no Porto, e tiveram como destinos a Assembleia da República, para quem esteve em Lisboa, e os Aliados, para quem esteve no Porto.
“Para quem achava que os professores estavam cansados e fartos de lutar, bem podem meter a viola no saco. Estão 40 mil professores aqui e outros 40 mil lá no Porto, o que quer dizer que temos a maior manifestação nas ruas”, anunciou Mário Nogueira em frente à Assembleia da República, perante milhares de docentes que estão contra as propostas do governo de António Costa.
Qual a razão de mais uma manifestação?
São várias, não apenas uma. Sindicatos e Ministério da Educação estão desde setembro a negociar para tentar chegar a acordo quanto a novo modelo de recrutamento e colocação de professores.
Uma das mais reclamadas, contudo, é a recuperação do tempo de serviço. “O tempo é para contar, não é para roubar” foi uma das frases mais gritadas pelos professores que exigem ao Governo que abra um processo negocial para a recuperação dos mais de seis anos em que tiveram as suas carreiras congeladas, durante a Troika, sendo que uma das críticas mais ouvidas este sábado foi também a imposição, por parte do tribunal, dos serviços mínimos nas greves.
Na semana passada, refira-se, realizou-se a última reunião que terminou sem acordo, tendo os sindicatos já anunciado que irão pedir reuniões suplementares. A nova proposta apresentada não convenceu os sindicatos que dizem manter algumas das “linhas vermelhas” que os docentes já tinham apontado, como é o caso da criação de Conselhos de Quadro de Zona Pedagógica.
E as manifestações param por aqui?
Não. “A luta vai continuar enquanto os professores não forem respeitados”, afirmou, apelando aos docentes para que estejam presentes junto ao ministério no próximo dia 9 de março, quando se realizará a reunião suplementar para negociar um novo regime de recrutamento e colocação de professores.
Confiante para esta reunião está o Ministro da Educação, João Costa. O ministro da Educação defendeu recentemente que as negociações permitiram “muitas aproximações a muitas reivindicações antigas dos sindicatos”, acrescentando que “o modelo de recrutamento e colocação” de professores ficará concluído na reunião de negociação suplementar, em 9 de março.
Em declarações à Lusa, Anabela Ferreira disse que a luta “é para continuar até que as leis mudem”.
“Nem que tenhamos de andar a lutar até 2024. Não desistimos”, disse a docente, em frente à Câmara Municipal do Porto, nos Aliados.
*Com Lusa
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