"Quem mais tem, mais tem obrigação tem de dar", disse Marcelo, enquanto percorria os corredores do hipermercado Continente, no centro comercial Colombo, enchendo dois carrinhos de compras com produtos alimentares para a campanha do Banco Alimentar contra a Fome.

"Eu tenho mais obrigação porque sou favorecido, sou privilegiado, e quem é privilegiado tem de dar mais", reforçou o chefe de Estado.

Durante mais de uma hora e meia, o Presidente foi enchendo dois carrinhos, com feijão, arroz, atum, salsichas, massas, papas, leite e água, num total de mais de 220 euros de produtos que serão esta noite entregues ao Banco Alimentar.

"A ideia é chamar a atenção dos portugueses que podem dar uma pequena ajuda, que somada é uma grande ajuda para quase meio milhão de pessoas; temos de começar por diminuir a pobreza e diminuir o risco de pobreza", salientou o chefe de Estado, que foi abordado por mais de 50 pessoas para tirar as já famosas 'selfies', para além de um angolano, de quem se despediu dizendo: "Tamo juntos".

Marcelo apelou à generosidade do povo português, que "arregaça as mangas, se for preciso dá a camisa, dá o que tem e o que não tem", para defender que durante o dia de hoje e domingo participem na campanha de angariação de alimentos para os mais desfavorecidos.

A presidente do Banco Alimentar, Isabel Jonet, alertou na sexta-feira que “nos últimos dois, três meses” as equipas no terreno voltaram a sentir mais pressão de carências alimentares, o que atribuiu a um aumento do desemprego e de situações de endividamento.

“Esperemos que seja transitório”, afirmou.

Isabel Jonet manifestou-se ainda convicta que os portugueses voltarão a aderir à campanha de recolha de alimentos deste fim de semana.

“Os portugueses conhecem as carências que há perto de sua casa, confiam no Banco Alimentar e na sua proposta de partilha: quando vai comprar para si, dê aos outros”, afirmou, salientando que 4% da população portuguesa recebe alimentos desta instituição.

Pela primeira vez, vão ser testados na campanha sacos reutilizáveis, a uma escala ainda reduzida, com Isabel Jonet a esperar que, na próxima edição, já seja possível reduzir para metade os sacos de papel.