Natural de Lisboa, Mariana Silva, então conhecida como “a miúda do Alto Pina”, estreou-se aos 10 anos atuando na União Artística e no Salão Monumental, na capital, mas artisticamente começara, aos 5 anos, como trapezista e contorcionista no Circo Transmontano, onde se manteve até aos 12.
Aos 14 anos, apesar de menor, foi autorizada a cantar pela Inspeção Geral dos Espetáculos, como deu conta o jornal Ecos de Portugal, na sua primeira página de 01 de maio de 1948, dando conta da sua popularidade.
Em 1948, a fadista foi apresentada como “possuidora da mais linda voz fadista”, segundo um cartaz da sua atuação na Ericeira, nos arredores de Lisboa.
Em 1952, foi eleita no Teatro Apolo, em Lisboa, "Rainha do Fado Menor", destacando a sua forma de interpretar. Mariana Silva teve êxitos como “Erva da Rua”, "Minha Sina", “Santa Mãe”, “Amar não é Pecado” ou “A Sina das Marianas”.
A fadista, que encerrou a sua carreira na casa de fados A Parreirinha de Alfama, em Lisboa, em 1999, fez ainda parte dos elencos do Retiro dos Marialvas, Solar do Marceneiro, Adega Patrício, Adega Mesquita, Adega Machado, Lisboa à Noite, Forcado, Tipóia, Timpanas, Viela e Solar de Márcia Condessa.
Em 1960, o poeta Carlos Conde (1901-1981) dedicou-lhe, na revista Plateia, os seguintes versos: “Voz que ao Fado sabe dar O que o Fado deve ter: - O Estilo de bem cantar E a arte de bem dizer! Ternura, fé, vibração, Tudo nela se condensa; Impõe-se pela expressão E marca pela presença! Porque a cantar honra o Fado, Só por isso a Mariana Tem hoje lugar marcado No ‘Galarim da Semana’!”.
A fadista gravou com Manuel Fernandes (1921-1994), Filipe Duarte e Maria Amélia Proença.
O velório de Mariana Silva realiza-se hoje a partir das 16:00 na igreja de Almada, no distrito de Setúbal, de onde na sexta-feira às 14:00 sai o funeral, depois de celebrada missa de corpo presente, seguindo para o crematório do Feijó, no mesmo concelho.
Comentários