Tal como tem sido tradição nos últimos congressos do partido, o novo presidente, Luís Montenegro, subiu ao púlpito pelas 18:30 para anunciar os nomes das suas escolhas para os órgãos nacionais.

O destaque do anúncio vai para o eurodeputado Paulo Rangel, que será o seu primeiro vice-presidente e para o ex-candidato Miguel Pinto Luz ocupará outra vice-presidência.

Os restantes ‘vices’ serão a ex-líder da JSD Margarida Balseiro Lopes, o antigo secretário de Estado António Leitão Amaro, o líder da distrital de Braga Paulo Cunha e a militante e advogada Inês Ramalho.

Para o primeiro lugar ao Conselho Nacional do PSD, Montenegro escolheu Carlos Moedas, seguindo-se a antiga ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque.

Desta lista fazem ainda parte os antigos deputados Teresa Morais e Luís Menezes, e os presidentes das câmaras municipais do Funchal, Pedro Calado, e de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral.

Para secretário-geral, o novo presidente confirmou que irá propor à votação dos delegados no domingo o nome do antigo líder parlamentar Hugo Soares.

Jorge Moreira da Silva, que disputou a liderança do PSD com Luís Montenegro, revelou hoje ter sido convidado pelo líder para “várias funções”, mas recusou porque gosta de “coisas claras”, e indicou que não será "líder de fação".

Como vogais da Comissão Política Nacional (CPN), o novo presidente vai propor o ex-líder da distrital de Leiria Rui Rocha, o presidente da Câmara de Vagos Silvério Regalado, a presidente da Câmara de Portalegre Fermelinda Carvalho, o vice-presidente da Câmara de Albufeira Cristiano Cabrita, a antiga Inês Domingos, o presidente da Câmara de Pinhel Rui Ventura, a deputada Germana Rocha, o ex-líder da concelhia de Lisboa Rodrigo Gonçalves, o ex-líder da distrital de Coimbra Maurício Marques e o presidente da distrital de Setúbal Paulo Ribeiro.

Pedro Duarte vai coordenar o Conselho Estratégico Nacional (CEN) e o ex-presidente da AICEP, Pedro Reis, o ‘Movimento Acreditar’, que vai preparar o programa eleitoral do partido.

Para liderar a Academia de Formação, Luís Montenegro anunciou o antigo eurodeputado Carlos Coelho e para coordenar a preparação das eleições autárquicas, juntamente consigo, o ex-deputado e líder da distrital de Viseu Pedro Alves. “Faço notar que estes quatro líderes destas quatro estruturas, nos termos da moção de estratégia global, serão convidados a participar nas reuniões da comissão permanente”, salientou.

Montenegro pediu, no final da sua intervenção, “um apoio significativo” na votação de domingo para as listas aos órgãos nacionais que anunciou, considerando que tal será “um sinal para Portugal”.

“O desejo que eu formulo é que participem na votação e expressem livremente a vossa vontade. Vamos enviar a Portugal um sinal de que o PSD está forte, unido, está coeso e pronto para se entregar ao serviço de Portugal”, afirmou, perante a sala cheia do Congresso do partido.

Ainda assim, Montenegro disse não querer condicionar todos os que entenderem apresentar listas a alguns dos órgãos nacionais.

Moção de Montenegro aprovada sem votos contra

O 40.º Congresso do PSD aprovou hoje sem votos contra e duas abstenções a moção estratégia global “Acreditar”, apresentada pelo presidente eleito, Luis Montenegro.

A votação ocorreu depois de Luis Montenegro ter subido, mais uma vez, ao púlpito, para anunciar alguns dos militantes que integram as suas listas aos órgãos nacionais do partido, por entre ruidosos aplausos.

Internamente, a moção apresentada por Montenegro prevê a criação do ‘Movimento Acreditar’, “uma plataforma de discussão política com a sociedade”, e que irá elaborar o programa eleitoral para as legislativas de 2026 já nos próximos dois anos.

Quanto ao posicionamento político, o presidente eleito do PSD promete não descaracterizar o partido ou ultrapassar “linhas nucleares”, mas avisa que não será “cúmplice da perpetuação do PS no poder”, numa passagem da moção em que se refere, em concreto, ao partido Chega.

O texto de 66 páginas, nunca se refere ao futuro aeroporto de Lisboa, mas apresenta propostas para todas as áreas da governação: entre as prioridades para o país aponta o reforço das instituições e o combate à corrupção, a educação “como base para o elevador social funcionar”, a inclusão do setor social e privado num Sistema Nacional de Saúde e uma economia mais competitiva, “com reformas estruturais para potenciar o crescimento económico”.

Apesar de não constar da moção, durante a campanha interna Luís Montenegro defendeu um programa de emergência social que permitisse transferir os impostos arrecadados com a subida da inflação para apoios às famílias mais carenciadas, e apontou como meta para o Salário Mínimo Nacional os 1.200 euros em 2030 (este ano é de 705 euros).