O projeto tinha como âncora a ampliação e requalificação do Museu da Vista Alegre, mas esse foi apenas um primeiro passo numa ação de requalificação mais alargada do lugar da Vista Alegre, em Ílhavo, onde a fábrica foi fundada.
Com o apoio de fundos europeus, o grupo investiu 44 milhões de euros para "rejuvenescer" aquele lugar, ao dar nova vida à capela e ao teatro, ao modernizar a fábrica e ao reconverter o antigo palácio da fábrica num hotel de cinco estrelas.
A requalificação da Vista Alegre estava entre os finalistas dos prémios RegioStars 2018, um galardão com o qual a Comissão Europeia distingue projetos inovadores e de boas práticas de desenvolvimento regional, apoiados por fundos europeus.
O Centro de Negócios do Fundão, que criou 500 postos de trabalho qualificados após uma aposta na atração de tecnológicas para aquele concelho do distrito de Castelo Branco, também leva para casa o prémio RegioStars, na categoria de apoio à transição industrial inteligente.
Os prémios vão ser entregues durante a cerimónia RegioStars Awards, que decorre hoje, no Square, em Bruxelas.
Os outros projetos reconhecidos com este prémio são: TeKiDe, da Finlândia, que cria novos produtos através da reciclagem de fibra têxtil (categoria de transição para uma economia de baixo carbono); um projeto de habitação social na cidade de Ostrava, na República Checa, (melhor acesso a serviços públicos); um programa de integração laboral e social de refugiados na região de Múrcia, Espanha, (resposta aos desafios da migração); reconversão da aldeia mineira de Nant Gwrtheyrn, no País de Gales, num centro cultural (investimento no património cultural).
O administrador da Vista Alegre, Paulo Soares, congratulou-se com o prémio, considerando que a Escolha do Público do RegioStars está ligada à imagem que a empresa tem junto dos portugueses.
"Estamos hoje aqui porque o público apoiou bastante esta nossa candidatura. Identifica-se com o projeto, com o que ele traz e o carinho dos portugueses pela marca é fundamental para estarmos aqui hoje", disse à agência Lusa o responsável, considerando que a própria requalificação do lugar da Vista Alegre representa o cuidado que o grupo tem "em preservar o seu ADN".
A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa, salientou que o projeto da Vista Alegre "é absolutamente diferente", ao ter conseguido não apenas renovar "aquilo que era uma aldeia industrial", mas assegurar outras dimensões no espaço, como o turismo ou a cultura.
"É uma boa referência para outros projetos. A Vista Alegre passou por dificuldades e, com conhecimento, inovação e criatividade, soube reerguer-se", salientou.
Portugal era o país com mais projetos entre os 21 finalistas do RegioStars, com dois do Norte e dois do Centro.
O i3S e o Centro de Negócios e Serviços Partilhados do Fundão concorriam na categoria de apoio à transição industrial inteligente, o projeto Kastelo na área de melhor acesso a serviços públicos e o Museu da Vista Alegre na categoria de investimento no património cultural.
Portugal estava ainda representado no projeto internacional ClimACT, um consórcio de nove instituições europeias liderado pelo Instituto Superior Técnico, de Lisboa.
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