“O cineasta Mario Camus morreu em Santander” (Cantábria), anunciou a Academia Espanhola de Artes e Ciências do Cinema numa publicação nas redes sociais.

Mario Camus, cujos principais filmes foram inspirados em grandes obras literárias, ganhou notoriedade mundial quando “La Colmena” (A Colmeia), sobre as consequências da Guerra Civil Espanhola, ganhou o Urso de Ouro em Berlim, em 1983.

No ano seguinte, “Los santos inocentes” (Os Santos Inocentes), sobre uma família de camponeses pobres da Extremadura explorados pelo franquismo, recebeu a Menção Especial do júri no Festival de Cannes.

Os dois atores principais, Francisco Rabal e Alfredo Landa, foram reconhecidos com o Prémio de Melhor Ator.

Em 2011, Mario Camus também recebeu um Goya honorário, sendo o Goyas o equivalente ao óscar do cinema espanhol, explica a AFP.

A morte de Camus surge um dia após o falecimento, aos 95 anos, do dramaturgo e cenógrafo espanhol Alfonso Sastre, que criticava abertamente a censura durante a ditadura de Franco (1939-1975).

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, homenageou-os hoje no Twitter.

“Entre nós, aqueles que amam o cinema e o teatro, hoje estamos de luto. Despedimo-nos de dois grandes nomes da cultura, Alfonso Sastre e Mario Camus. Da nossa plateia continuaremos a apreciar os seus extraordinários trabalhos”, escreveu o governante, deixando as suas “condolências às famílias, aos amigos e ao mundo da cultura”.