Com base na análise das quantidades de resíduos recolhidos através do sistema porta a porta nos municípios de Lajes das Flores, nos Açores, Lisboa e Maia e na comparação com as quantidades conseguidas com a recolha através de ecopontos, a Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, refere que a retoma de recicláveis é muito maior nas primeiras áreas.

“Pegamos nos poucos exemplo de recolha seletiva feita porta a porta e fizemos a comparação com outro modelo de recolha de proximidade que são os ecopontos, registamos valores de recolha em cada um dos casos completamente diferentes, ou seja, os ecopontos têm um menor desempenho”, disse hoje à agência Lusa Paulo Lucas, da Zero.

Em Lisboa, pela recolha porta a porta foram obtidos 65 quilogramas de resíduos por habitante e por ano, a mesma quantidade que na Maia, enquanto nas Lajes das Flores foi conseguido o valor foi mais elevado, atingindo 93 quilogramas.

A média nacional de recolha através dos ecopontos é de 45 quilogramas por ano por habitante, no continente, e nos Açores ronda 41 quilogramas.

“Os números são muito superiores no caso da recolha seletiva porta a porta”, reforçou Paulo Lucas, chamando a atenção para as Lajes das Flores, um caso “interessante” pois, na mesma ilha, convivem dois municípios com dois tipos de recolha.

“Conseguimos obter resultados diferentes com a recolha seletiva porta a porta e é a comprovação que precisávamos de que os ecopontos estão no limite da sua capacidade para obter a colaboração do cidadão e o porta a porta é o sistema que é mais eficaz”, resumiu o ambientalista.

Por isso, a Zero defende uma aposta no sistema porta a porta, principalmente nas áreas urbanas, por exemplo, através de financiamentos do POSEUR, o programa operacional para a área do ambiente, que ainda se centra muito nos ecopontos.

“É uma opção que tem provas dadas e viabilidade económica assegurada”, assegura a Zero, referindo-se ao sistema porta a porta como “um elemento essencial para fomentar a economia circular e permitir que Portugal cumpra as metas para este setor”.

Em 2015, a taxa de reciclagem ficou nos 28%, recorda a Zero, dizendo ser “já muito provável que não sejam cumpridas as metas da reciclagem previstas para 2020″.

“Um dos conselhos que damos é a junção das escolhas”, ou seja, que a recolha dos indiferenciados, nos contentores do lixo, se junte à recolha para a reciclagem, explicou Paulo Lucas.

Recordou que, atualmente, em grande parte do país, uma entidade faz a recolha do indiferenciado e outra dos recicláveis nos ecopontos e “os resultados não são bons”.

Com o sistema porta a porta, “os cidadãos colaboram mais e responsabilizam-se mais e toda a gente fica a ganhar porque a quantidade de recicláveis que entram nos sistemas e são encaminhados para a reciclagem é muito maior e o país fica a ganhar porque fica mais eficiente, evitando a deposição em aterro ou a queima”, resumiu o ambientalista da Zero.

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