A Unidade de Controlo Anti Terrorista, que se reúne semanalmente com as secretas e as policias - PJ e PSP -, fez dos refugiados um novo tema rotineiro. "A Situação dos Refugiados em Portugal" é objeto de análise obrigatório em todas as reuniões desde que o primeiro grupo de pessoas chegou ao país. Em cima da mesa estão trocas de informações e a delineação, em traços gerais, de uma monitorização discreta dos grupos de refugiados, avança hoje o Diário de Notícias.
Segundo o jornal, comportamentos suspeitos como ausências prolongadas das residências, contactos com estrangeiros estranhos ao grupo ou comportamentos antissociais devem ser alertados junto do SEF e da GNR para que as forças locais possam vigiar de perto as pessoas em causa e perceber se estas estão são possíveis alvos radicalização ou não."O SEF desenvolve, em colaboração com outras autoridades nacionais e internacionais, as diligências necessárias de identificação, cruzamento de informação nas diferentes bases de dados nacionais e internacionais, no sentido de acautelar a segurança", conta a Direção do SEF. Neste cenário as autarquias têm também um papel fundamental no que toca ao contacto constante com as forças de investigação.
Até hoje, Portugal ainda não registou nenhum caso semelhante aos acima apontados, mas a preocupação e a prevenção são uma prioridade a ser tomada para que se evitem casos de radicalização, ou que se permita que membros de grupos terroristas se infiltrem no país ao se fazerem passar por refugiados.
Portugal tem sido apontado como um caso de sucesso no que toca à integração de grupos de refugiados. Ainda esta semana, em Nova Iorque, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiaram a forma como estes grupos de pessoas têm-se instalado no país e sobre o acesso que têm tido ao sistema nacional de saúde e de ensino.
Até à data, Portugal já recebeu 543 refugiados esperando-se que o número ultrapasse o milhar, até ao final do ano. "As questões de segurança são salvaguardadas tanto a montante, no caso dos programas de recolocação e reinstalação, como a jusante da chegada a território nacional", garantiu ao DN a Direção Nacional do SEF.
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