A Alta-Comissária alerta para indícios de tráfico de seres humanos entre refugiados ucranianos que têm chegado a Portugal.

"Têm sido detetados alguns indícios que são imediatamente reportados, como de resto fazemos em todos os movimentos e atendimentos nos nossos centros", disse em entrevista à Renascença.

E quais são os esses indícios? "Referências a terem pagado determinados valores para organizar a viagem, haver alguém que organiza a viagem que tem um registo criminal. Perante qualquer indício nós sinalizamos. Não queremos correr riscos", acrescentou a Alta-Comissária para as Migrações à rádio.

Sónia Pereira garante que Portugal está atento para a situação.

"Estamos muito atentos ao acompanhamento que fazemos, para podermos sinalizar imediatamente às autoridades competentes situações suspeitas", afirmou.

Em entrevista à agência Lusa, Filipe Mimoso, inspetor do SEF que acompanha o processo de pedidos de proteção temporária a pessoas oriundas da Ucrânia, disse que não há registo, até ao momento, de casos de tráfico de pessoas.

Depois de um alerta da Europol sobre a possibilidade de tráfico de pessoas aproveitando a movimentação provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras passou a fazer controlos móveis aleatórios na fronteira com Espanha.

“O SEF já efetuou, até ao momento, 14 operações de controlos móveis na fronteira terrestre e foram envolvidos 41 inspetores e controladas 374 viaturas em colaboração com a GNR”, disse, precisando que, entre os mais de 900 cidadãos estrangeiros identificados, cerca de 38% era de nacionalidade ucraniana e na sua maioria mulheres, crianças e idosos.

Filipe Mimoso adiantou que os únicos casos sinalizados pelo SEF estão relacionados com menores não acompanhados pelos pais e que chegam a Portugal com familiares, como tios, avós ou primos, que não têm uma autorização dos progenitores.