“Em cumprimento da decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, não haverá aulas nas 2.320 escolas da rede [pública] esta segunda-feira”, anunciou, em comunicado, a Secretaria de Comunicação do estado, atingido por terríveis inundações em 2024.

Cerca de 700 mil alunos desta região, onde o clima é geralmente mais frio do que no resto do Brasil, viram o regresso às aulas adiado para depois das férias de verão no sul do país.

O tribunal tomou a decisão após um pedido do sindicato local de professores, que solicitou que o início do ano letivo fosse adiado para 17 de fevereiro.

Segundo o sindicato, as escolas não estão equipadas com “sistemas de ventilação adequados nem bebedouros suficientes” para suportar as temperaturas previstas para esta semana.

O adiamento “é uma vitória fundamental para a segurança e o bem-estar de toda a comunidade escolar”, disse o sindicato, alertando para um “cenário preocupante” sem as infraestruturas necessárias.

Em algumas zonas do estado, as temperaturas vão atingir os 40 graus nos próximos dias, segundo o instituto meteorológico brasileiro Inmet.

O governo do Rio Grande do Sul recorreu da decisão do tribunal e espera retomar as aulas esta semana.

“Estamos a construir um modelo de escola resiliente e que se adapte às alterações climáticas”, afirmou a Secretaria de Educação.

“Não fomos informados” sobre o adiamento do início do ano letivo, disse Paulo de Lima Santos, um pai de 50 anos, ao jornal local Gaúcho.

“A escola podia ter um grupo da [rede social] Whatsapp para informar sobre este tipo de coisas”, sugeriu.

Segundo o Inmet, as temperaturas devem começar a descer a partir de quinta-feira.

Nos últimos anos, o Brasil tem sido particularmente afetado por eventos climáticos extremos, tornados mais numerosos e intensos, segundo os especialistas, pelas alterações climáticas.

Em abril e maio, cheias mataram mais de 180 pessoas no Rio Grande do Sul, causando também enormes prejuízos materiais.