O Reino Unido confirmou este domingo, 9 de fevereiro, o quarto caso positivo de infeção por coronavírus.
O paciente está a ser tratado no hospital Royal Free, em Londres.
Segundo o The Guardian, trata-se de um paciente que foi infetado em França.
O Reino Unido registou apenas quatro casos, mas Espanha confirmou hoje que um cidadão britânico está internado no Hospital de son Espases.
Trata de um dos quatro membros da família britânica que estavam hospitalizados depois de se saber que tinham estado em contacto com uma pessoa infetada com o vírus, também em França.
Os outros três britânicos — a esposa do indivíduo com resultado positivo e os dois filhos, de 7 e 10 anos — tiveram resultado negativo para infeção com coronavírus.
O primeiro caso em Espanha foi detetado na ilha de La Gomera. Tratava-se de um turista alemão que tinha estado em contacto na Alemanha com um paciente diagnosticado com o vírus.
O número de mortes por coronavírus aumentou para 811, superando as mortes por SARS em 2002-2003, com um total de casos a chegar a 37.198, segundo dados oficiais.
No sábado, a Comissão Nacional de Saúde da China tinha anunciado 722 mortos pelo surto do novo coronavírus.
Segundo a Comissão, até ao fim do dia de sábado registaram-se 6.188 casos graves, enquanto 2.649 pessoas tiveram alta.
As autoridades fizeram seguimento médico a 371.905 pessoas, que estiveram em contacto com os infetados, dos quais 188.183 continuam em observação.
Hoje contabilizaram-se mais 89 mortes em relação aos números de sábado devido ao vírus 2019-nCoV, com epicentro na cidade chinesa de Wuhan, na província central de Hubei.
O SARS — Síndrome Respiratório Agudo Severo fez 774 mortes no mundo inteiro.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países.
A Organização Mundial de Saúde declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.
As pessoas infetadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que varia entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detetado.
Estas são as principais recomendações das autoridades de saúde à população
O surto do novo coronavírus detetado na China tem levado as autoridades de saúde a fazer recomendações genéricas à população para reduzir o risco de exposição e de transmissão da doença. Eis algumas das principais recomendações à população pela Organização Mundial da Saúde e pela Direção-geral da Saúde portuguesa:
- Lavagem frequente das mãos com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
- Ao tossir ou espirrar, fazê-lo não para as mãos, mas para o cotovelo ou para um lenço descartável que deve ser deitado fora de imediato;
- Evitar contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
- Evitar contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
- Deve ser evitado o consumo de produtos de animais crus, sobretudo carne e ovos;
- Em Portugal, caso apresente sintomas de doença respiratória e tenha viajado de uma área afetada pelo novo coronavírus, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
Combater a desinformação
A Organização Mundial da Saúde tem tentado também divulgar factos para combater a desinformação e mitos ligados ao novo coronavírus. Eis algumas dessas informações:
- É seguro receber cartas ou encomendas vindas da China, porque as análises feitas demonstram que o coronavírus não sobrevive muito tempo em objetos como envelopes ou pacotes;
- Não há qualquer indicação de que animais de estimação, como cães e gatos, possam ser infetados ou portadores do novo coronavírus. Mas deve lavar-se sempre as mãos após contacto direto com animais domésticos, porque protege contra outro tipo de doenças ou bactérias;
- Não há também prova científica de que o consumo de alho ajude a proteger contra o novo coronavírus;
- Usar e colocar óleo de sésamo não mata o novo coronavírus;
- As atuais vacinas disponíveis no mercado contra a pneumonia não previnem contra o coronavírus 2019-nCoV. Este novo vírus precisa de uma nova vacina que ainda não foi desenvolvida;
- Os antibióticos não servem para proteger ou tratar as infeções provocadas pelo coronavírus. Os antibióticos são usados para infeções bacterianas e não virais. Contudo, os doentes hospitalizados infetados com coronavírus poderão ter de receber antibióticos porque pode estar presente também uma infeção bacteriana;
- Pessoas de todas as idades podem ser afetadas pelo coronavírus. Contudo, pessoas mais velhas ou com doenças crónicas (como asma ou diabetes) parecem ser mais vulneráveis a ter doença grave quando infetadas.
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