“Eu estava numa das salas de catering à espera que um grupo saísse de uma conferência para o coffee break quando um colega me disse o que estava a acontecer e que estávamos trancados cá dentro”, conta ao SAPO24 Érica Matos Ferreira, emigrante portuguesa no Reino Unido desde 2012.
Érica estava no seu local de trabalho, na Church House Westminster Conference Center. “As nossas janelas dão para o largo interior que fica por trás da abadia [de Westminster]. E da janela eu consegui ver a evacuação da abadia pelas traseiras”.
“Nesse mesmo instante, todos começámos a receber contatos e notícias do exterior sobre a situação”, conta, sublinhando, no entanto, que como o edifício não está “na linha da frente para o Parlamento [existe o edifício da abadia e a própria abadia no meio], não foi necessário evacuar o edifício”.
“A tensão que se sentiu cá dentro no momento que tomámos conhecimento foi instantânea”, conta a funcionária do Centro de Conferências de Westminster. “As pessoas que estavam a assistir à conferência começaram a tentar sair do edifício”.
Érica conta ainda que o edifício apenas manteve uma saída aberta, para quem quisesse sair. Essa porta dava para o lado norte da cidade, oposta à direção onde estava o Parlamento.
No momento em que falámos, a portuguesa conta-nos que o edifício ainda não foi totalmente aberto. “Acho que nada reabrirá hoje”, confessa. “A polícia, as ambulâncias e os helicópteros continuam aqui. As sirenes não pararam ainda”.
As autoridades pediram que todos fossemos para casa, embora nos digam que não acreditem que algo mais possa acontecer hoje, conta.
Para regressar a casa, Érica terá que se dirigir até à District Line, para contornar o facto da estação de Westminster estar encerrada, para poder, ainda assim, ter de trocar de linha.
“É realmente uma situação que nunca pensámos ver acontecer, ainda que seja uma das maiores capitais europeias. A minha prioridade foi atender a minha mãe, e avisar amigos e familiares que estávamos bem (eu e o meu namorado, que também trabalha no mesmo edifício que eu) para poder descansar quem está aí longe”, conta-nos.
Já a caminho de casa, Érica diz que agora é altura de “deixar o tempo passar”. “Afinal amanhã o trabalho e a vida continua, e esta é a minha cidade do coração”.
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