O relatório da UNICEF “Uma lição diária: #PôrFIMàViolência nas escolas” (“An Everyday Lesson: #ENDviolence in Schools”), refere que são cerca de 150 milhões os adolescentes que relatam ter passado por situações de violência entre pares na escola.

Este número inclui estudantes que relatam ter sido intimidados no último mês ou que estiveram envolvidos em confrontos físicos no ano anterior.

Para a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), a violência entre pares “é uma componente perversa da educação dos jovens de todo o mundo”.

O relatório, que enumera as várias formas de violência que os alunos enfrentam no interior e no exterior da sala de aula, adianta que cerca de um em cada três adolescentes entre os 13 e os 15 anos sofre bullying e uma proporção sensivelmente igual está envolvida em confrontos físicos.

Segundo a publicação, três em cada 10 alunos em 39 países da Europa e América do Norte admite ter praticado bullying contra os seus pares.

A UNICEF indica também que, no ano passado, foram documentados ou confirmados 396 ataques contra escolas na República Democrática do Congo, 26 no Sudão do Sul, 67 na Síria e 20 no Iémen.

Perto de 750 milhões de crianças em idade escolar vive em países onde os castigos corporais na escola não são totalmente proibidos, precisa o relatório, dando de conta que o bullying e as lutas físicas “são apenas dois tipos de violência”.

De acordo com a UNICEF, os estudantes lidam também com outras formas de violência, como ataques sexuais e violência baseada no género.

O mesmo documento sublinha igualmente que, apesar de o risco de bullying ser semelhante, as raparigas têm mais probabilidades de sofrer bullying psicológico e os rapazes têm maior risco de sofrer agressões e ameaças físicas.

A diretora executiva da UNICEF, Henrietta H. Fore, considera que “a educação é a chave para a construção de sociedades pacíficas”, mas, para milhões de crianças em todo o mundo, "a escola não é um lugar seguro”.

“Todos os dias, existem alunos que enfrentam vários perigos, entre os quais confrontos físicos, pressão para se juntarem a gangues, bullying. A curto-prazo, isto tem efeitos na sua aprendizagem e, a longo-prazo, pode levar à depressão, à ansiedade e até mesmo ao suicídio. A violência é uma lição que não se esquece e nenhuma criança deveria ter de a experimentar”, refere a diretora executiva da UNICEF.

O relatório é lançado no âmbito da campanha global “#PôrFIMàViolência”, que tem como objetivo chamar a atenção e incentivar à ação para que seja posto fim à violência nas escolas e imediações e do qual fazem parte várias organizações, entre as quais a UNICEF.

Nesse sentido, a agência da ONU apela para que se adote legislação necessária para proteger os alunos da violência nas escolas, se reforce as medidas de prevenção e de resposta nos estabelecimentos de ensino, mudança de cultura nas salas de aula e comunidades e investimentos mais eficazes e direcionados para ajudarem os jovens e as escolas a manterem-se em segurança.

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