“Desde a criação da Minusca (força de manutenção da paz) em 2014, temos feito muitos progressos nos esforços para extinguir as chamas do devastador conflito intercomunitário em que a República Centro-Africana foi engolida”, sublinhou aquele responsável da ONU.
Onanga-Anyanga referiu que “um processo de paz foi seriamente iniciado sob os auspícios da Iniciativa Africana para a Paz e a Reconciliação na República Centro-Africana”, acrescentando que esses progressos realizados permitem estabelecer “as bases para a construção de uma paz duradoura”.
“Em termos de DDR (desarmamento, desmobilização e reintegração), meia dúzia de grupos armados comprometeram-se a participar no programa nacional” desenvolvido para entregar as suas armas, afirmou ainda o enviado da ONU.
Onanga-Anyanga disse que o Governo “começará o desarmamento de alguns desses grupos no oeste do país antes do final do ano”, mas sem identificar quais.
Em nome da França, o embaixador François Delattre enfatizou que “a mensagem aos grupos armados deve ser clara”, referindo que “devem depor as armas e comprometer-se sem demora e incondicionalmente com o processo de paz e saber que a violência que estão a praticar não ficará impune”.
Desde 2013 que quase toda a República Centro-Africana vive num clima em que grupos armados aproveitam a riqueza natural do país, pilhando diamantes, ouro, urânio, ao mesmo tempo que constituem um travão à paz e à reconciliação nacional.
A este respeito, o enviado da ONU saudou a sessão inaugural de segunda-feira do Tribunal Penal Especial. Composto por 25 juízes, 13 nacionais e 12 internacionais, este tribunal deverá julgar crimes internacionais cometidos na República Centro-Africana de 2003 até ao presente.
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