Passado mais de um ano, os militares voltaram ao local e o comunicado do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) que informa da missão, de 27 de janeiro a 11 de fevereiro, não refere a existência de incidentes durante essa duas semanas.
No comunicado refere-se que “o grupo armado ex-Seleka UPC (União para a paz na República Centro-Africana)”, em violação dos acordos de paz assinados em 2019, "estava a colocar em causa a segurança da população civil, a cobrar impostos ilegais e a limitar a liberdade de movimentos da população”.
Após a chegada desta força, o UPC “aceitou cessar as hostilidades e sentar-se à mesa com os representantes da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA) e do Governo local, demonstrando intenção de negociar e aceitar as exigências das Nações Unidas”, ainda segundo o comunicado.
Durante as suas semanas de missão em Bambari, a cerca de 400 quilómetros da capital, Bangui, “foram realizadas patrulhas pelos páraquedistas da Brigada de Reação Rápida do Exército Português, apoiados pelos Controladores Aéreos Avançados da Força Aérea”.
A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.
O Governo centro-africano controla um quinto do território e o resto é dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.
Portugal está presente neste que é um dos países mais pobres do mundo desde o início de 2017, no quadro da MINUSCA, atualmente com 180 militares.
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