Na apresentação do plano de resposta humanitária para 2018, em conjunto com a ONU, o primeiro-ministro centro-africano, Mathieu Simplice Sarandji, apelou aos “amigos da República Centro-Africana” para uma “forte mobilização” que aplaque uma situação humanitária “muito difícil” e “alivie uma população ferida por atos ignóbeis”.
Esta iniciativa está avaliada em cerca de 516 milhões de dólares (416 milhões de euros) e destina-se a 1,9 dos 2,5 milhões de pessoas que precisam de ajuda.
No ano passado, foram angariados cerca de 255 milhões de dólares (206 milhões de euros) para assistência humanitária ao país.
A número dois das Nações Unidas na República Centro-Africana (RCA), Najat Rodchi, explicou que num ano o número de refugiados aumentou em 70%, até quase 690.000, devido à intensificação dos episódios de violência, especialmente em finais de 2017.
“Os refugiados que pouco a pouco começaram a voltar ao país tiveram que se ir embora, e agora são cerca de 546.000 em países vizinhos — mais 20% que em princípios do ano passado”, disse Rodchi, instando a comunidade internacional a fazer mais pelo país.
Apesar do agravamento dos números, a responsável da ONU na RCA deixou uma mensagem de otimismo: “O ano de 2018 deve ser o da esperança. Espero que possamos construí-la juntos”.
A mensagem do Governo e da ONU está em consonância com a emitida na semana passada pela Comissão Internacional da Cruz Vermelha (CICV), cujo presidente, Peter Maurer, considerou “fundamental que o que está a passar-se na RCA não se esqueça nem se ignore” e fez um apelo “urgente para uma maior atenção e compromisso por parte da comunidade internacional”.
A República Centro-Africana vive um complicado processo de transição desde que, em 2013, os rebeldes Seleka derrubaram o Presidente, François Bozizé, desencadeando uma onda de violência entre muçulmanos e cristãos que fez milhares de mortos.
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