“Após a entrada de combatentes armados da Frente Popular para o Renascimento da República Centro-Africana [FPRC, na sigla francesa] na cidade de Birao, as forças de paz da Minusca, acompanhadas pelas Forças Armadas Centro-Africanas (FACA), repeliram estes elementos”, refere uma declaração da missão, hoje publicada no seu portal.
A Radio France Internationale (RFI) cita hoje o porta-voz do Governo da RCA, Ange-Maxime Kazagui, referindo que houve registo de 12 mortos entre as FPRC.
No domingo, a FPRC lançou uma nova ofensiva contra a cidade de Birao, no nordeste do país, liderada pela milícia rival Movimento dos Libertadores Centro-Africanos para a Justiça (MLCJ).
Birao tem sido cenário de confrontos regulares entre os dois movimentos, signatários do acordo de paz de Cartum, assinado há um ano entre o Governo do país e 14 grupos armados rebeldes.
A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.
O Governo centro-africano controla um quinto do território, sendo o resto dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.
Um acordo de paz foi assinado em Cartum, capital do Sudão, em fevereiro de 2019 por Governo e por 14 grupos armados, e um mês mais tarde as partes entenderam-se sobre um governo inclusivo, no âmbito do processo de paz.
Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da Minusca, com a 6.ª Força Nacional Destacada (FND) e militares na Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana, cujo 2.º comandante é o coronel António Grilo.
A 6.ª FND, que tem a função de Força de Reação Rápida, integra 180 militares, na sua maioria paraquedistas, pertencendo 177 ao Exército e três à Força Aérea.
Na RCA estão também 14 elementos da Polícia de Segurança Pública.
Comentários