A agência de notícias francesa, a AFP, distingue António Costa como um "estratega refinado" e atribui o resultado dos socialistas à "espetacular" retoma económica depois dos anos "drásticos" de austeridade", relatando a vitória dos socialistas nas urnas.

Na véspera das eleições, muitos jornais franceses já apontavam para uma vitória certa do Partido Socialista, tentando contextualizar esta potencial vitória eleitoral contrastando o cenário português com a queda da esquerda em França, nomeadamente do Partido Socialista francês.

O enviado especial do jornal "Libération" dá conta do "sucesso" dos últimos quatro anos de governação que deu vantagem ao PS nas urnas, mas também nas mudanças na Assembleia da República com a estreia "tímida" da extrema-direita num assento parlamentar depois do fim da ditadura.

"Ao sair destas eleições, Portugal caracteriza-se fundamentalmente como um país de esquerda e moderado", lê-se no quotidiano francês, que dá ainda conta da subida "espetacular" do PAN (Pessoas – Animais – Natureza) com muita popularidade "junto dos jovens".

Já a Radio France Internationale diz que a única certeza nos pós-eleições é que "os grandes vencedores" foram os socialistas, mas há uma geometria variável a ter em conta para os próximos anos de governação, já que o PS não chegou à maioria absoluta e vai precisar de aliados para aprovar as suas medidas.

A frase de António Costa sobre os portugueses gostarem da geringonça também está a ser incluída em curtos vídeos que os jornais têm estado a difundir sobre as eleições nacionais, aparecendo nomeadamente no jornal "Le Figaro".

A subida da abstenção em Portugal é também motivo de preocupação nos jornais franceses que dão conta do recorde de 45,5% dos eleitores portugueses que não se deslocaram às urnas.

Nas eleições realizadas no domingo em Portugal, numa altura em que faltam apenas contar os votos dos círculos da Europa e de Fora da Europa, o PS registava 36,7% dos votos (106 deputados eleitos), o PSD 27,9% (77), o BE 9,7% (19), o PCP/PEV 6,5% (12), o CDS/PP 4,3% (5), o PAN 3,3% (4).

O Chega, Iniciativa Liberal e Livre garantiam um deputado, cada, na próxima legislatura, com, respetivamente, 1,3%, 1,3% e 1,1% dos votos.