"O Bloco quer que isto mude radicalmente e se dê resposta a problemas graves da cidade", afirma Ricardo Robles à Lusa.
Entre esses problemas, o deputado municipal destaca que a habitação e os transportes "estão muito pior do que estavam".
"O PS esteve à frente da Câmara nos últimos dois mandatos e nada conseguiu resolver", criticou.
Em matéria de habitação, o BE defende a criação de uma bolsa de arrendamento municipal, com vista a que "o município coloque muitas casas no mercado de arredamento". O principal objetivo desta medida será "permitir às pessoas voltar a viver em Lisboa".
Quanto aos transportes, o candidato defende uma solução diferente para o metropolitano.
"Opomo-nos ao modelo da linha circular de Fernando Medina [atual presidente da Câmara] e defendemos, pelo contrário, a expansão do metro para a zona ocidental da cidade", indica, referindo-se a zonas como Campo de Ourique, Estrela, Lapa ou Alcântara.
Este ano, o Governo entregou a gestão da empresa rodoviária Carris à Câmara de Lisboa, mas manteve o Metro sob a sua alçada.
Ricardo Amaral Robles nasceu a 20 de maio de 1977 (39 anos) em Almada, mas está recenseado na freguesia lisboeta de Santo António.
É engenheiro civil, especializado nas áreas da reabilitação urbana e da eficiência energética.
A sua candidatura constitui uma "alternativa na capital" e, se for eleito, irá "resolver tantos problemas que Lisboa tem para resolver".
No panorama político da cidade, considera que o seu partido "tem tido uma presença importante da disputa política em Lisboa".
No início de abril será lançada uma plataforma ‘online' para a criação de um "programa participativo": "Vamos pedir às pessoas contributos para construir o programa".
Além da habitação e dos transportes, "a candidatura do BE vai concentrar-se também na falta de creches e jardins de infância e na precariedade".
Numa referência ao programa B.a.Bá, - criado pelo município em 2011 com o objetivo de dotar Lisboa de uma rede de creches públicas, geridas por instituições de solidariedade social -, Ricardo Robles critica o facto de em 2009, o anterior presidente da Câmara, António Costa, “ter dito que seriam precisas 60 creches em Lisboa e ainda só foi inaugurada a décima".
Ricardo Robles participou em 1997 na candidatura autárquica "Esquerdas Unidas por Lisboa" (coligação PSR/Política XXI), encabeçada por Francisco Louçã.
Mais tarde, em 2005, tornou-se coordenador da concelhia de Lisboa do BE.
Apesar de ter participado em todas as campanhas autárquicas em Lisboa desde a fundação do BE (com nomes como Miguel Portas, José Sá Fernandes, Luís Fazenda e João Semedo), assumiu pela primeira vez o cargo de deputado municipal em 2009, em regime de rotatividade.
Foi eleito diretamente para a Assembleia Municipal de Lisboa pela primeira vez em 2013, ocupando o terceiro lugar na lista do partido.
Assumiu a liderança da bancada do BE na Assembleia com a saída de Mariana Mortágua, que também chegou a ser apontada como possível candidata à presidência do município.
Durante a vida académica, foi ativista estudantil contra a praxe e as propinas e chegou a ser dirigente da Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico (nos anos de 1999 e 2000).
Como adversários já conhecidos nas eleições autárquicas, terá João Ferreira (CDU), Assunção Cristas (CDS-PP) e Teresa Leal Coelho (PSD). Pelo PS, o candidato deverá ser Fernando Medina.
O BE não tem vereadores eleitos e nas últimas eleições conseguiu 4,61% dos votos, quando em 2009 chegou aos 4,56%.
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