Rui Rio assumiu esta posição perante os jornalistas, após ter sido recebido por António Costa na residência oficial do primeiro-ministro - um encontro que durou cerca de hora e meia e que se destinou a preparar a segunda fase de desconfinamento das atividades económicas e sociais num quadro de pandemia de covid-19.

Questionado sobre o facto de António Costa ter reafirmado na quarta-feira à noite a sua confiança política e pessoal no seu ministro de Estado e das Finanças, Mário Centeno, na sequência da polémica em torno da transferência de 850 milhões de euros do Estado destinados ao Novo Banco, o líder social-democrata recusou-se a comentar o caso após ser recebido pelo líder do executivo.

"Se forem ver a hora da última coisa que escrevi no Twitter, por volta das 13:00, isso mostra que tive a preocupação de dizer qualquer coisa antes de vir aqui, porque já sabia que os jornalistas me iam fazer essa pergunta, e também já sabia que, estando aqui para tratar de outros assuntos e em casa do Governo (digamos assim), seria completamente deselegante estar a comentar uma matéria em que há divergências", justificou o presidente do PSD.

Nessa nota que deixou na rede social Twiiter ao início da tarde, o presidente do PSD criticou António Costa por manter Mário Centeno no Governo "ainda que sem condições", e considerou que esse episódio "demonstra que a força do ministro das Finanças é superior à do primeiro-ministro".

Perante a insistência dos jornalistas, Rui Rio admitiu que "poderá desenvolver" mais tarde aquilo que escreveu no Twitter sobre este caso entre António Costa e Mário Centeno.

"Mas aqui não, porque fazê-lo aqui não seria educado, não seria bonito ou elegante. Na conversa com o primeiro-ministro, não abordámos esse assunto", reforçou.

Interrogado sobre as razões políticas que levaram o PSD a criticar o primeiro-ministro neste caso relativo ao Novo Banco, Rui Rio assegurou que o seu partido "vai continuar a ter uma postura de cooperação com o Governo relativamente ao combate à pandemia" de covid-19.

"Acontece que, durante os últimos dois meses, a política nacional restringiu-se só à questão da pandemia. Porém, nos últimos dias, como é normal acontecer na vida, começaram a aparecer outras matérias - e em outras matérias a postura não é a mesma, a postura é de oposição. Assim continuará a ser", acrescentou.