Segundo fonte oficial do PSD, o tema central da intervenção de Rio será a saúde, devido aos problemas que têm sido denunciados neste setor e ao trabalho que quer o grupo parlamentar quer o Conselho Estratégico Nacional do partido têm desenvolvido.

O tradicional jantar do PSD que marca o fim dos trabalhos parlamentares – o último plenário antes das férias realiza-se na quarta-feira – juntará à mesma mesa Rui Rio e o líder parlamentar Fernando Negrão e contará também com a presença de vários membros da Comissão Política Nacional.

A sessão legislativa arrancou em setembro com Pedro Passos Coelho como presidente do PSD - que não se se recandidatou ao cargo na sequência do mau resultado do partido nas autárquicas - e com Hugo Soares como líder parlamentar, eleito em julho do ano passado sucedendo a Luís Montenegro, que ocupou o lugar durante seis anos.

Na sequência da eleição de Rui Rio como presidente do PSD em 13 de janeiro – derrotando Pedro Santana Lopes com 54% dos votos -, Hugo Soares acabou por ficar apenas sete meses à frente da bancada, tendo anunciado em 14 de fevereiro a convocação de eleições antecipadas, depois de o novo líder lhe ter manifestado o desejo de trabalhar com outra direção de bancada.

Fernando Negrão foi o único candidato à liderança parlamentar, depois de falar com Rui Rio, mas viria a ser eleito apenas com 39,7% dos votos, o que o levaria a apontar “um problema ético” na bancada do PSD, uma vez que nem todos os membros que integravam a lista da direção terão votado no seu nome.

Rui Rio participou, até agora, apenas numa reunião da bancada parlamentar do PSD, em 08 de março, encontro que durou três horas e meia, e que contou com algumas intervenções críticas, como a do ex-líder parlamentar do PSD Luís Montenegro, que entretanto renunciou ao lugar de deputado.

O presidente do PSD, que foi deputado durante dez anos (1991-2001), voltaria à Assembleia da República no 25 de Abril, para assistir à sessão solene.

Nos últimos meses, presidente e líder parlamentar do PSD manifestaram posições divergentes sobre alguns temas, nomeadamente quanto à despenalização da eutanásia e à eventual realização de um referendo sobre o tema.

A clivagem mais profunda aconteceu em 22 de junho, quando uma fonte da direção do partido afirmou à Lusa que a decisão da bancada do PSD de votar a favor na generalidade o projeto do CDS-PP sobre combustíveis tinha sido tomada “à revelia” de Rui Rio, uma atitude considerada “gravíssima” e que motivou um almoço entre os dois na semana seguinte para “acertar estratégias”.

A matéria dos combustíveis só terá uma resolução final na quarta-feira, estando ainda em aberto como votará o PSD a versão final do diploma do CDS, que pretende eliminar o adicional do imposto sobre os combustíveis.

A última prestação de Fernando Negrão no debate do estado da nação, em que considerou a solução governativa "esgotada" e recusou que a 'geringonça' esteja no coração dos portugueses, foi muito saudada pela bancada do PSD, que o aplaudiu de pé no final.