RFK Jr. apresentou um compromisso e pediu ao presidente democrata que o assuma conjuntamente consigo: que o candidato que perder contra Trump numa sondagem nacional cofinanciada por ambos em outubro abandonará a campanha.
“A sondagem vai testar os resultados de uma corrida frente a frente entre Biden e Trump e entre mim e Trump”, declarou RFK Jr. num evento em Nova Iorque. “Quem tiver piores resultados abandona a corrida presidencial”, continuou.
Esta sondagem teria de abranger pelo menos 30 mil eleitores nos 50 estados, o que significaria “uma margem de erro praticamente de zero”, afiançou RFK Jr.
O argumento do candidato, sobrinho do antigo presidente John F. Kennedy e filho do senador Robert F. Kennedy, é que o estado da corrida aponta para que Biden seja o ‘spoiler’ de uma vitória sua, e não o contrário como tem sido veiculado em pesquisas e na imprensa.
“Se eu ficasse na corrida e a eleição acontecesse hoje, Trump ganhava. Se eu saísse e a eleição fosse hoje, Trump ganhava ainda por mais”, disse RFK Jr. “As pessoas que acreditam que eu estou a estragar isto para o presidente Biden precisam de olhar para os dados”.
RFK Jr. mostrou os resultados de uma sondagem da John Zogby Strategies, que entrevistou 26.408 eleitores nos 50 estados e garante ter uma margem de erro irrisória de 0,6%. A campanha defendeu que esta sondagem é mais substantiva que as que têm aparecido nos média porque a amostra é maior, embora a avaliação da qualidade das sondagens se prenda com a qualidade representativa e não com números absolutos.
“Frente a frente com Trump, eu venceria por 24 pontos”, garantiu RFK Jr., apontando para números projetados num ecrã.
Os gráficos mostrados pela campanha indicam uma vitória de Kennedy Jr. em qualquer cenário a dois: contra Trump, o candidato independente venceria por dois votos do colégio eleitoral (270 contra 268). E contra Biden, Kennedy Jr. teria uma vitória esmagadora de 367 contra 171.
O intuito da campanha é mostrar que o único cenário em que Donald Trump não vencerá é se a corrida for a dois com Kennedy Jr., o que transforma Biden num verdadeiro ‘spoiler’.
“O que queremos nesta eleição é que os americanos não sintam que têm de votar por medo, mas que possam votar por esperança”, declarou Robert F. Kennedy Jr. “Isso só vai acontecer se a corrida for a dois, entre mim e Biden ou entre mim e Trump”.
As sondagens mostram que a candidatura de RFK Jr. retira votos tanto a Joe Biden como a Donald Trump, mas uma pesquisa recente da NBC News concluiu que pode ser mais prejudicial para Trump.
O independente garantiu, no evento, que a única forma de acabar com a polarização e divisões no país é através do seu sucesso.
Mas o desafio para o compromisso anunciado hoje, a que RFK Jr. chamou de “No Spoiler Pledge”, acontece numa altura em que a campanha ainda está a recolher assinaturas para conseguir acesso aos boletins de voto na maior parte do país. Essa presença foi garantida apenas na Califórnia, Utah e Michigan.
Robert F. Kennedy Jr. escolheu uma advogada abastada de Silicon Valley, Nicole Shanahan, para sua vice-presidente e tem estado a fazer comícios em vários pontos dos Estados Unidos.
Neste evento de campanha em Nova Iorque, o candidato repetiu uma das suas principais ideias: que Joe Biden e Donald Trump são pessoas muito diferentes com ideologias distintas mas ambos se revelaram ineficazes a resolver os problemas existenciais dos Estados Unidos.
Para ele, esses problemas são o aumento exponencial da dívida pública, a destruição dos solos e a epidemia de doenças crónicas. RFK Jr. criticou a incapacidade dos dois de acabar com a divisão tóxica do país e com a máquina de guerra.
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