Bucareste irá contribuir com um “contingente a nível de uma companhia” para as forças de manutenção da paz da KFOR, após uma decisão da aliança ocidental de reforçar o destacamento, adiantou o embaixador romeno na NATO, Dan Necalescu, na rede social X (antigo Twitter).

A NATO garantiu na sexta-feira que estava preparada para reforçar a KFOR, a força que tem destacada no Kosovo, para “lidar com a situação”, depois de um oficial da polícia albanesa do Kosovo ter sido morto em 24 de setembro numa emboscada no norte, onde os sérvios são maioria em diversas cidades.

Seguiu-se um tiroteio entre as forças especiais da polícia kosovar e um comando sérvio fortemente armado.

Esta é uma das escaladas mais graves que ocorreram no Kosovo nos últimos anos.

Os Estados Unidos divulgaram hoje que a Sérvia começou a retirar as suas tropas da fronteira do Kosovo, após alertarem sobre uma escalada sem precedentes.

O Reino Unido anunciou, na semana passada, que iria enviar cerca de 600 soldados para o Kosovo, para reforçar a KFOR.

Esta força da NATO, presente no território desde 1999, possui atualmente cerca de 4.500 efetivos.

Belgrado nunca reconheceu a secessão unilateral do Kosovo — a sua antiga província do sul, considerada o berço da sua nacionalidade e religião — proclamada em fevereiro de 2008 na sequência de uma guerra iniciada com uma rebelião armada albanesa em 1997 que provocou 13.000 mortos, na maioria albaneses, e motivou uma intervenção militar da NATO contra a Sérvia em 1999, à revelia da ONU.

Desde então, a região tem registado conflitos esporádicos entre as duas principais comunidades locais, num país com um terço da superfície do Alentejo e cerca de 1,7 milhões de habitantes, na larga maioria (perto de 90%) de etnia albanesa e religião muçulmana.

O Kosovo independente foi reconhecido por cerca de 100 países, incluindo os Estados Unidos, que mantêm forte influência sobre a liderança kosovar, e a maioria dos Estados-membros da UE, à exceção da Espanha, Roménia, Grécia, Eslováquia e Chipre.

A Sérvia continua a considerar o Kosovo como parte integrante do seu território e Belgrado beneficia do apoio da Rússia e da China, que à semelhança de dezenas de outros países (incluindo Índia, Brasil, África do Sul ou Indonésia) também não reconheceram a independência do Kosovo.

Os dois países negoceiam a normalização das relações assente num novo plano da UE, apoiado pelos Estados Unidos, com um roteiro acordado por Belgrado e Pristina em março passado, mas que poderá estar comprometido devido à persistência das tensões.