Em declarações à margem da inauguração de uma escultura de Julião Sarmento, nos Jardins de Nova Sintra, no Porto, Rui Moreira manifestou-se contra a profusão de opiniões numa fase em que a comissão de avaliação conclui a proposta que fará chegar ao Governo.
"Devemos respeitar a decisão do Governo, seja ela qual for, porque qualquer ruído de fundo fragiliza a candidatura portuguesa e isso é que é grave", considerou o autarca do Porto para quem "há muita gente que ainda para aí a falar, a fazer comentários quase a clamar vitória para aqui e para ali".
Afirmando desconhecer se há consensos políticos em torno da candidatura de Lisboa ou do Porto, bem como sobre quem leva vantagem em termos técnicos, Rui Moreira entende que a presença de Eurico Castro Alves, que já foi administrador da EMA, e do vereador Ricardo Valente na comissão nacional fazem com que o Porto "tenha uma candidatura musculada".
Portugal vai apresentar uma candidatura para receber a sede da EMA, que deixará Londres com a saída do Reino Unido da União Europeia.
Até agora, Lisboa e o Porto são as cidades candidatas a receberem a sede da EMA. Inicialmente, seria Lisboa a única candidata, mas o Governo reabriu o processo de forma a integrar também o Porto.
"A decisão será tomada, espero que em Conselho de Ministros, na quinta-feira e até lá só podemos esperar que seja sobre a melhor candidatura para Portugal. E se a melhor for o Porto, melhor", frisou.
E continuou: "Já disse que acredito muito na comissão nomeada pelo ministro da Saúde e que é formada por pessoas muito válidas. Aquilo que for decidido, seja Lisboa ou o Porto, nós cá estaremos para reconhecer os méritos do trabalho que foi feito. É um trabalho comparado e o importante é que Portugal tenha a melhor proposta".
Rui Moreira, sem citar quais, admitiu haver "várias situações de localização que a comissão avaliou" para sediar a EMA no Porto.
"O levantamento estava feito, o importante era que quando a comissão e os nossos representantes começaram a trabalhar nós pudéssemos muito rapidamente apresentar uma candidatura. Porque todas estas estatísticas, todo este levantamento está feito para outros investidores que aparecem aqui na cidade com muita frequência", explicou.
E acrescentou: "Este é um investidor especial, a EMA é um investidor especial e tínhamos o trabalho de casa feito. O nosso departamento de urbanismo estava a trabalhar nisso e o que posso dizer é que temos soluções, a questão do edifício não é para nós um problema".
Reafirmando esperar "que a descentralização seja um argumento que também conte", repetiu ser "muito importante que a EMA venha para Portugal", recomendando "tranquilidade" na espera de uma decisão política baseada num estudo técnico em que disse ter a certeza que a comissão fez o seu trabalho e em que os representantes do Porto "eram os melhores e que apresentaram todo o argumentário".
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