“Se a TAP for 100% privada pode fazer o que quiser (…) e se não quiser operar para o Porto, ou operar a partir do aeroporto de Beja, é livre de o fazer (…). A questão é que a TAP nunca foi verdadeiramente privatizada, o que foi privatizado foi quase a gestão (…), no fundo é quase um modelo Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP)”, criticou o autarca independente.
Moreira disse não perceber como é que, “se há uma PPP”, o Estado “está a retomar 50% e depois diz que não se deve envolver na política comercial da companhia”, porque “numa companhia aérea a política comercial é tudo” e é através desse serviço que se “presta serviço público”.
“Se [a TAP] quiser ser uma empresa municipal de Lisboa, como a Carris, eu acho bem, muda o P para L, o que até é fácil, e a partir daí faz que quiser, nós não nos importamos nada”, ironizou.
Mas para Rui Moreira, enquanto a empresa for de capitais públicos, com 50%, é inaceitável “que o Estado, através deste ministro ou seja de quem for, diga não temos nada a ver com a atividade comercial”.
Para isso nós não precisamos de empresas públicas ou participadas pelo Estado”, vincou.
O autarca do Porto disse ainda que a TAP não é uma empresa “transparente”, porque assim fosse seria fácil explicar, por exemplo, “porque é que é mais barato voar de Vigo (Galiza, Espanha) para Boston (EUA) do que do Porto para Boston”.
“É uma empresa não transparente e enquanto assim for vai continuar a perder quota de mercado no Porto”, considerou, acrescentando que, na sua opinião, “o objetivo da “hiperconcentração em Lisboa teve como objetivo demonstrar o esgotamento da Portela”.
A resposta à estratégia comercial da TAP “é dada pelo mercado e a única coisa que não quero é que, se a coisa correr mal, sejamos nós outra vez os pagadores”, concluiu.
Rui Moreira falava esta manhã, no âmbito da 3.ª edição do ECO Talks, que pela primeira vez decorreu no Porto.
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