“Quando temos este descontentamento todo no país, o PSD pode ganhar as eleições. Ai pode, pode. As eleições começam por se perder e só depois é que se ganham (…). O PS está em condições de as perder, vamos nós pôr-nos em condições de ganhar”, refere.
Numa entrevista realizada na terça-feira, antes de Luís Montenegro ter feito um desafio para a realização de diretas imediatas (entretanto rejeitado), Rio diz não estar arrependido de se ter candidatado à liderança do PSD, mas admite que não contava com tanta resistência interna.
“Não estamos no tempo do Estado Novo, não estamos em nenhuma ditadura, em que os líderes dos partidos tenham um chicote com que batem nas pessoas quando elas se portam mal. Vivemos numa democracia, a liberdade também acarreta responsabilidade. Essa responsabilidade é muito mais de quem perturba do que de quem lidera”, afirmou.
Rui Rio admite que preferia que “a estrutura dirigente estivesse toda alinhada a trabalhar e sem provocar ruído”, considerando que “esse ruído só facilita a vida ao PS e ao Governo”
Sobre o posicionamento do PSD, reiterou não estar preocupado com o que está “à direita” dos sociais-democratas, defendendo que o partido deve crescer ao centro e na abstenção.
“Para que é que vou desgastar-me a tentar segurar 1 ou 2% à direita, quando temos muitos, muitos milhares de votos para conquistar? São pessoas que tradicionalmente até podendo votar no PS, estão desagradadas com uma governação encostada ao BE e ao PCP”, apontou.
Questionado diretamente se irá escolher Paulo Rangel como cabeça de lista para as europeias de 26 de maio, Rio apenas se comprometeu a apresentar a lista “antes do fim de fevereiro”.
“Tenho algumas ideias. Mas é preciso fazer o equilíbrio de diversos fatores, da competência, do perfil das pessoas”, afirmou, lembrando que o PSD tem atualmente apenas seis eurodeputados.
“São poucos lugares, é preciso ser muito criterioso na escolha, para termos uma equipa boa”, disse.
Questionado se está satisfeito com o papel desempenhado por Paulo Rangel em Bruxelas, o presidente do PSD disse não estar “descontente com nenhum dos deputados”.
“É impossível a lista ser totalmente reconduzida, o que não significa que eu esteja desagradado com a atuação daquele que possa não ser reconduzido”, afirma.
Numa entrevista de balanço de um ano de mandato, Rui Rio admite que condena situações como as das falsas presenças e moradas parlamentares, mas defende que não foi isso que fez o secretário-geral José Silvano.
“A única questão foi que partilhou a ‘password’, o que me dizem que não é incomum”, refere.
Ao Jornal de Notícias, Rui Rio revela ainda que a sua conta oficial na rede social Twitter, inaugurada em 01 de dezembro, é sempre monitorizada por si.
“Posso delegar e posso gerir. Mas em princípio sou eu (…). Pode haver uma palavra ou outra, mas assumo a responsabilidade por tudo o que é publicado”, assegura.
Comentários