“Aguardo explicações do Governo, mas não vejo necessidade de fazer uma nacionalização, um diploma que passa a TAP para a esfera pública. Vejo a necessidade de aumento de capital em que se os privados não acompanharem, o Estado fica automaticamente com a maioria do capital. Isso não é uma nacionalização. É um aumento de capital que os privados não querem acompanhar”, defendeu o presidente do PSD.
Rui Rio, que falava aos jornalistas que falava no Porto à margem de uma conferência de imprensa sobre as propostas de alteração de funcionamento da Assembleia da República, insistiu que uma injeção de capital na TAP só deve ser feita salvaguardando as garantias necessárias para evitar que a empresa se transforme num outro "Novo Banco".
“Caso a TAP não seja viável, não é aconselhável estar a meter dinheiro quando se sabe que não vai chegar e para o ano vai ser mais [dinheiro] e depois mais e depois mais. É a mesma coisa que desrespeitar os impostos dos portugueses (…). [A TAP] não atingiu ainda o patamar do Novo Banco, mas a pergunta que faço é: nós queremos um Novo Banco e andar daqui por uns anos com situações parecidas?”, disse Rui Rio.
O líder dos sociais-democratas reiterou a convicção de que “só vale a pena investir na TAP” se forem feitos “planos de negócios e de reestruturação credíveis” e que deem “garantias de que a TAP hoje leva este dinheiro e daqui por um ano não está a pedir mais”, isso, acrescentou, “a exemplo do que sempre foi no passado”.
“Este Governo fez mal quando reverteu a privatização. Colocou a TAP numa situação que nem é carne nem é peixe. O Estado tem 50% e os privados também, mas quem manda são os privados e Estado não consegue dizer nada, nem tão pouco as rotas”, disse.
A título de exemplo, Rui Rio apontou o dedo ao Governo de António Costa afirmando que “os privados transformaram a TAP numa empresa regional que só serve Lisboa”, mas, criticou, “o Estado não tem forma de alterar a não ser pressionar”.
Rui Rio voltou a defender a ideia de que se o Estado colocar mais capital na TAP deve assumir a sua responsabilidade na gestão da empresa e deve prepará-la para ser vendida depois de atingir a viabilidade.
Hoje, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, disse que se os privados não aceitarem as condições do Estado para um empréstimo de até 1.200 milhões de euros, a TAP terá de ser nacionalizada.
“Se o privado não aceitar as condições do Estado português, nós teremos de intervencionar a empresa, nacionalizar a empresa, sim, ou quer que nós deixemos a empresa cair?”, respondeu o ministro, na comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República.
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