“Acho que o Governo tem de fazer uma reflexão”, envolvendo “o primeiro-ministro, o ministro das Finanças” e “o ministro da Saúde”, para “ver o que é que podem fazer no quadro da gestão do Ministério da Saúde em Portugal porque uma coisa é clara: Assim eu acho que não pode continuar”, disse o líder social-democrata.

Segundo Rui Rio, que frisou que tem visitado “muitas unidades de Saúde”, o que tem encontrado nesta área “é transversal”, ou seja, “a situação” na Saúde “está hoje pior do que estava há dois anos”.

O líder social-democrata, que falava aos jornalistas em Beja, referiu que não esteve presente no debate de hoje na Assembleia da República, mas, sobre se o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, se deve demitir e sobre se o PSD quer a demissão do governante, disse que “o primeiro ministro é que tem de saber isso”.

“As demissões dos ministros dependem do primeiro-ministro. É o primeiro-ministro que tem de pensar, cada vez que tem um problema num ministério, se o ministro deve continuar ou não”, disse.

O presidente do PSD foi questionado pelos jornalistas sobre o repto lançado hoje, num debate parlamentar, pelo deputado social-democrata Ricardo Batista Leite, que considerou que “o ministro da Saúde já não existe” e que o ministro das Finanças “tomou de assalto” o Ministério da Saúde.

“O senhor ministro falou da importância da seriedade na política. Face ao descalabro em que está instalado o Serviço Nacional de Saúde, a única atitude séria que se podia esperar do senhor ministro da saúde era a sua demissão hoje, aqui e agora”, afirmou Ricardo Batista Leite.

Em declarações aos jornalistas, em Beja, à margem das visitas que está hoje a efetuar no âmbito das comemorações nacionais do 44.º aniversário do partido, Rui Rio insistiu que não assistiu ao debate, mas, pelo que lhe contaram, “o que se passou não foi nenhum pedido de demissão”.

“Aquilo que me dizem que foi o debate foi os deputados do PSD perguntarem ao ministro da Saúde”, Adalberto Campos Fernandes, “se ele não quer reequacionar a sua posição, inclusive no Governo, face ao facto de estar a dividir a gestão do ministério, na prática, com o ministro das Finanças”, argumentou.

Segundo o presidente do PSD, “têm saído notícias onde isso aparece muito claro” e, no que toca ao Ministério da Saúde, “o primeiro responsável é o ministro”.

“É o primeiro a ter de ter propostas concretas” para mudar o que se passa no setor e no ministério, cuja situação não pode “continuar assim e alguma coisa tem de ser feita e mudada”, afirmou.

Questionado sobre se, independentemente de caber ao primeiro-ministro demitir ministros, o PSD não pode pedir a demissão de um membro do Governo, Rio limitou-se a frisar: “Pode, mas não é propriamente o meu estilo”.