“Tem falhas [Governo] aos mais diversos níveis que eu, sinceramente, pensei que iam aparecer, isso é evidente, mas não tão cedo quanto estão a aparecer. Portanto, os maus resultados da governação estão a aparecer mais cedo do que aquilo que eu próprio imaginava que viesse a acontecer, pensei que ia demorar mais”, disse Rui Rio.
O líder do PSD, que falava aos jornalistas no quartel dos Bombeiros Voluntários de Borba (Évora), após ter também visitado o local do acidente onde ocorreu há um mês a derrocada na Estrada Municipal 255, tendo provocado cinco mortos, considerou ainda que “era suposto” o Governo nesta altura estar a passar por um período de paz social.
“Um Governo, cuja governação aponta inequivocamente para o presente e não para o futuro, dando a distribuir o que tem rapidamente e a acautelar o presente e depois o futuro alguém que venha e feche a porta, era suposto, que nesta altura tivesse paz social e, enfim, o contentamento das pessoas”, disse.
“[O Governo] enfrenta uma onda de greves como não há memória recente em Portugal, pelo menos numa situação em que a economia ainda cresce. Se é assim no presente quando tudo fizeram para o presente como será no futuro quando estivermos num ciclo baixo da economia”, questionou.
Relativamente às manifestações sob o lema “Vamos Parar Portugal”, marcadas para sexta-feira em diversos pontos do país, Rui Rio rejeitou em declarações aos jornalistas que estejam relacionadas com as “falhas” que apontou à governação.
“Uma coisa é nós de uma forma democrática e civilizada alertarmos como eu estou a alertar, coisa completamente diferente é tentar aproveitar este descontentamento social para depois ter manobras de ordem política de extrema-direita ou seja o que for, para isso não contam comigo de certeza absoluta, não estou cá para isso”, afirmou.
Sobre a expectativa em relação à manifestação, Rui Rio desconhece a dimensão que a mesma possa vir a ter.
“Eu não me parece que se consiga em Portugal, que é um povo ordeiro, não vou já dizer à escala do que aconteceu em França, mas, enfim, a uma escala para lá do razoável. Eu acho que não há força para isso”, disse.
O líder do PSD considerou ainda “positivo” a suspensão dos protestos dos bombeiros e dos enfermeiros no decorrer dos próximos dias.
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