“Se a população portuguesa tiver conhecimento de todos os casos, acaba o Governo, neste caso o PS, a pagar em aceitação e popularidade, por uma coisa que é terceiro-mundista”, afirmou, questionado pelos jornalistas sobre novos casos de nomeações de familiares de membros do executivo para cargos públicos, no final de uma audiência com a UGT, em Lisboa.

Rio salientou que se se tratasse de “um ou outro caso”, seria aceitável o argumento de que uma pessoa não pode ser prejudicada por ser casada com ‘A ou B’, mas não com “esta avalanche de casos”.

Questionado se o Presidente da República deveria intervir, Rio recusou pronunciar-se sobre o que Marcelo Rebelo de Sousa deveria fazer, mas admitiu que, “num dado limite, possa ter uma intervenção”.

“Esta situação não é muito evitável por decreto, é mais por sanção política”, disse.

Rui Rio fez também questão de distinguir entre cargos de eleição e de nomeação, criticando a comparação feita na segunda-feira pelo líder parlamentar e presidente do PS, Carlos César, que apontou as “abundantes relações familiares” na bancada do BE.

“As deputadas do BE [as irmãs Mariana e Joana Mortágua] acabam por ser diferentes, faziam parte de listas e as pessoas votaram sabendo. Aqui são nomeações e é preciso ir olhar para o Diário da República e descobrir o que o PS anda a fazer”, criticou.

No sábado, em entrevista à Lusa, o cabeça de lista do PSD às europeias, Paulo Rangel, defendeu que o Presidente da República já devia ter avisado o primeiro-ministro para não repetir o que chama de “promiscuidades familiares” no Governo.

No domingo, a coordenadora do BE aconselhou o Governo e o PS a refletirem sobre a prática de ocupação de cargos públicos por “pessoas com muitas afinidades”.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou hoje que “a família de Presidente não é Presidente”, quando instado pelos jornalistas a comentar as críticas que têm sido levantadas às relações familiares no seio do Governo.

“Tenho sobre essa matéria uma posição muito pessoal, ao longo da minha vida política e também agora no exercício da Presidência, que é o entender que família de Presidente não é Presidente. E, portanto, nisso peco por excesso, no sentido de entender que deve haver uma visão, sobretudo num órgão unipessoal como é o Presidente, mas tem marcado a minha vida, que é de não confundir as duas realidades”, referiu.

Em relação ao atual Governo, Marcelo Rebelo de Sousa disse que se limitou a aceitar a designação feita pelo Presidente Cavaco Silva, “que foi a de nomear quatro membros do Governo com relações familiares, todos com assento no Conselho de Ministros”.

Marcelo disse ter aceitado essa solução “partindo do princípio de que o Presidente Cavaco Silva, ao nomear aqueles governantes, tinha ponderado a qualidade das carreiras e o mérito para o exercício das funções”.

“Depois disso, não nomeei nenhum outro membro com relações familiares para o exercício de funções no executivo e com assento no Conselho de Ministros”, salientou ainda o chefe de Estado.

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