“A reação imediata dos líderes dos países da NATO à morte de Navalny, sob a forma de acusações diretas contra a Rússia, é autoexplicativa”, escreveu a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, nas redes sociais.
“Ainda não há exame forense, mas as conclusões do Ocidente já estão prontas”, acrescentou Zakharova, citada pela agência noticiosa russa Interfax.
Alexei Navalny, considerado um dos principais opositores do regime do Presidente Vladimir Putin, morreu hoje, aos 47 anos, numa colónia penal na região do Ártico onde cumpria uma pena de 19 anos de prisão por extremismo.
As autoridades russas disseram que Navalny se sentiu mal depois de uma caminhada e que os médicos tentaram reanimá-lo durante mais de 30 minutos, antes de declararem o óbito.
Acrescentaram que as causas da morte serão investigadas.
Logo após a primeira notícia, divulgada pela agência oficial russa TASS, diversos líderes ocidentais responsabilizaram o regime de Putin pela morte de Navalny.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, foi um dos primeiros a apontar o dedo ao Kremlin (Presidência russa): “A União Europeia (UE) considera o regime russo o único responsável por esta morte trágica”, declarou.
O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrel, também não teve dúvidas: “Enquanto aguardamos mais informações, sejamos claros: esta é uma responsabilidade exclusiva de Putin”, afirmou.
Outros países ocidentais seguiram no mesmo sentido, incluindo Portugal, que foi explícito na acusação ao Presidente da Rússia.
“Putin, que exerceu o seu poder arbitrário prendendo-o em circunstâncias cada vez mais draconianas, é responsável pela sua morte”, disse o chefe da diplomacia portuguesa, João Gomes Cravinho.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, exigiu uma investigação e considerou que Moscovo “tem sérias questões a responder”.
As reações dos Estados Unidos começaram por ser algo prudentes, com o conselheiro de segurança Jake Sullivan a afirmar que Washington estava a tentar confirmar a informação antes de “decidir como proceder”.
Mas, pouco depois, a vice-presidente Kamala Harris afirmou que a morte de Navalny era “mais um sinal da brutalidade” de Putin.
“Independentemente da história que contem, vamos ser claros: a Rússia é responsável”, disse Harris num discurso na Conferência de Segurança de Munique, no sul da Alemanha.
No mesmo local, o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, responsabilizou a Rússia pela morte de Navalny.
“Esta morte numa prisão russa e a fixação e o medo de um homem apenas sublinham a fraqueza e a corrupção em torno do regime que Putin construiu. A Rússia é responsável por esta situação”, declarou Blinken.
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