“Não excluo nenhuma opção”, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Riabkov, ao ser questionado sobre a possibilidade de deslocamento de mísseis nucleares caso os Estados Unidos da América (EUA) confirmem a sua decisão, acrescentando que tais ações implicam “o fim definitivo dos acordos sobre controlo de armamento nessa zona”.
“Nesta situação, tendo em conta as capacidades combinadas dos países que são membros da NATO, devemos avaliar as nossas respostas, sem nenhuma limitação interna em termos de quê, onde e quando se devem ou não devem instalar [os mísseis]. Isso significa que as opções devem ser as mais amplas possíveis”, assinalou o responsável, citado pela agência noticiosa russa Interfax.
Nesse sentido, o vice-ministro referiu que a posição da Rússia “não constitui uma ameaça para ninguém, apenas procura o processo mais efetivo, também em termos de custos, para responder a desafios em mutação”.
Riabkov também garantiu que as autoridades russas vão garantir a segurança do enclave russo de Kaliningrado (um enclave russo no Báltico com fronteira com a Lituânia e a Polónia, dois países da União Europeia e da NATO), que “atrai desde há muito a atenção dos adversários”.
“Caso os representantes do Governo da Alemanha considerem justificado iniciar medidas para uma escalada sob o pretexto da situação na região, responderemos com medidas de compensação da forma que considerarmos mais aceitável”, sublinhou.
“Nada nos deterá na hora de solucionar os problemas para a nossa segurança em todo o perímetro das fronteiras russas”, frisou.
Na semana passada, Riabkov tinha considerado que “a natureza da reação” da Rússia – caso os EUA decidam essa medida e que implicaria o primeiro envio norte-americano deste armamento para a Alemanha desde o final da Guerra Fria – “será decidida com calma e de forma profissional”.
O anúncio dos Estados Unidos e da Alemanha indica, segundo recordou hoje a agência espanhola Europa Press, que a instalação dos mísseis de longo alcance tem por objetivo demonstrar o “compromisso” de Washington com a NATO e uma contribuição para a “dissuasão integrada europeia”, especificando-se que “estas unidades convencionais de longo alcance incluirão (mísseis) SM-6, Tomahawk e armas hipersónicas de última geração, com um raio significativamente maior face aos atuais materiais terrestres na Europa”.
Em paralelo, os Estados Unidos e quatro países europeus – Países Baixos, Alemanha, Itália e Roménia – anunciaram na quarta-feira o envio de sistemas de defesa antiaérea para a Ucrânia na sequência da última vaga de ataques russos que provocou 40 mortos e 170 feridos, no âmbito da invasão militar ordenada em fevereiro de 2022 pelo Presidente Vladimir Putin.
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