“A operação militar especial em curso foi apenas uma resposta aos passos criminosos de Kiev em direção a essas repúblicas (separatistas pró-Rússia de Donetsk e Luhansk), uma medida oportuna e preventiva”, disse Patrushev durante uma reunião com o seu colega argelino, Nureddin Makri.
“Foram encontrados documentos com provas de que Kiev estava a preparar um ataque em grande escala e pretendia destruí-las”, disse Patrushev, referindo-se a uma informação que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, descreveu no domingo como sendo “falsa”.
“Portanto, o objetivo da nossa operação especial na Ucrânia não é a mudança de regime em Kiev, como estão a tentar apresentar junto do Ocidente, mas a proteção das pessoas contra o genocídio, a desmilitarização e a desnazificação da Ucrânia”, acrescentou Patrushev.
O secretário do Conselho de Segurança russo repetiu, desta forma, o mesmo argumento do Kremlin para justificar o que Moscovo chama de “operação militar especial” na Ucrânia.
Patrushev, citando informações não corroboradas independentemente, referiu que no início deste ano as autoridades de Kiev “recusaram-se abertamente a implementar os Acordos de Minsk sobre um acordo pacífico no Donbass, anunciaram planos para produzir armas nucleares no país e também reuniram um grupo de forças armadas de quase 100.000 soldados com armas pesadas nas fronteiras orientais da Ucrânia”.
“Nas condições atuais, a Rússia não podia ficar parada. Segundo a sua Constituição, era obrigada a proteger os seus compatriotas pró-russos” nas autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, disse Patrushev.
“No nosso lugar, qualquer Estado faria isto”, justificou o secretário do Conselho de Segurança russo.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou pelo menos 1.119 civis, incluindo 139 crianças, e feriu 1.790, entre os quais 200 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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